Camila anuncia que não voltará a comprar peles de animais
A aquisição de vestuário ou acessórios em pele de animal foi abolida, informou o Palácio de Buckingham, mas isso não significa que a rainha deixe de usar o que já possui.
A delegação britânica da PETA - Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, uma associação de defesa animal, informou que recebeu indicação do Palácio de Buckingham de que a rainha Camila não voltará a adquirir peles de animais para o seu guarda-roupa, seguindo, desta forma, a política de Isabel II, que, desde 2019, já tinha excluído as compras das peles para os seus armários.
A PETA congratula-se pela tomada de posição da mulher de Carlos III contra a indústria das peles, “na qual os seres humanos enjaulam outros animais para toda a vida ou os capturam em armadilhas, matam-nos usando métodos cruéis, como a electrocussão, e os esfolam”. E declara: “Uma verdadeira rainha protege os animais.”
A associação avalia ainda que “é correcto e adequado que a monarquia reflicta os valores contemporâneos, reconhecendo que as peles não têm lugar na sociedade moderna”.
Mas nem toda a monarquia aboliu o uso das peles de animais: a guarda do rei, por exemplo, ainda recorre à pele de urso para os bonés da farda oficial, com a PETA a exortar a sua substituição por pele sintética. E, além disso, se Camila seguir o exemplo de Isabel II não deixará de usar as peles que já possui: apenas não comprará mais.
A Federação Internacional de Peles (IFF, na sigla original) reagiu à decisão de Camila, considerando que a realeza “não deve ser pressionada por activistas da causa animal”. Citado pela BBC, o director executivo da IFF, Mark Oaten, observou que “é um direito de cada um decidir o que vestir”. E continuou: “Muitas pessoas continuam a comprar peles porque preferem usar algo que é natural e sustentável, ao contrário das peles falsas à base de plástico.”
No entanto, Camila parece decidida a apoiar uma série de medidas que o reinado de Carlos tem implementado com vista ao bem-estar animal. Entre outras iniciativas, o tradicional registo manuscrito da Coroação foi produzido em papel em vez de pergaminho feito de pele de animal, as residências reais deixaram de servir foie gras, feito a partir de fígado de pato ou ganso, que, segundo os activistas, envolve crueldade para com os animais, e, na cerimónia da Coroação do ano passado, o óleo utilizado para ungir o rei não continha, pela primeira vez, produtos de origem animal.