França envia mais 600 efectivos das forças de segurança para a Nova Caledónia

Novo projecto de lei adoptado em Paris tem motivado protestos no território ultramarino.

Foto
Desacatos na Nova Caledónia Garrido Navarro Kherachi/via REUTERS
Ouça este artigo
00:00
01:28

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

As autoridades francesas anunciaram no sábado à noite o envio de mais 600 efectivos das forças de segurança para a Nova Caledónia, para recuperar o controlo de uma via que liga a capital do território ultramarino ao aeroporto.

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, disse que vai ser lançada uma "grande operação" que envolve mais de 600 efectivos, dos quais cem pertencem ao Grupo de Intervenção da Gendarmeria Nacional (GIGN), tropas de elite da polícia e da gendarmaria.

Numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), o responsável notou que o objectivo da operação é "recuperar o controlo total da estrada principal de 60 quilómetros entre [a capital] Numeá e o aeroporto", bem como "restabelecer a ordem republicana".

O anúncio foi feito três dias após mil efectivos das forças de segurança francesas terem chegado à ilha do Pacífico, para reduzir a tensão na sequência de tumultos que fizeram cinco mortos e levaram à detenção de 200 pessoas.

O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, confirmou na quinta-feira que mais de 1700 gendarmes já se encontravam no território.

Os incidentes na Nova Caledónia agravaram-se na segunda-feira, após ter sido apresentado um novo projecto de lei adoptado em Paris, que determina que residentes franceses que vivem no arquipélago há dez anos sejam autorizados a votar nas eleições locais.

Os líderes políticos locais temem que as forças da Nova Caledónia fiquem enfraquecidas com a nova medida.