Rússia não vai obter vantagem estratégica em Kharkiv, dizem chefes militares da NATO

Comandante Supremo Aliado da Europa confia na resistência das Forças Armadas ucranianas para manter a linha contra a ofensiva russa. Mais apoio dos aliados deve chegar dentro de dias.

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Christopher Cavoli (à esquerda) e Rob Bauer (à direita) NATO
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A nova tentativa das forças russas para conquistar a cidade de Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia, está condenada ao fracasso, estimam os chefes militares da NATO, que esta quinta-feira se reuniram no quartel-general da aliança, em Bruxelas, para analisar os últimos desenvolvimentos no terreno.

“O Exército russo não tem um número suficiente [de forças] para obter uma vantagem estratégica na região de Kharkiv, e, mais importante do que isso, não dispõe das competências e das capacidades para operar à escala necessária para explorar qualquer avanço de forma estratégica”, afirmou o Comandante Supremo Aliado da Europa (ou SACEUR), Christopher Cavoli.

O general norte-americano admitiu que as tropas russas foram capazes de fazer “alguns progressos” localizados, mas esses avanços não estão consolidados nem são suficientes para quebrar a resistência das forças ucranianas na região nordeste do país. “Estou confiante de que os ucranianos vão manter a linha”, declarou.

“A situação no terreno é muito difícil, mas as Forças Armadas ucranianas estão a resistir ferozmente aos ataques russos e a combater para recuperar o território que lhes pertence”, reforçou o almirante Rob Bauer, que preside ao comité militar da NATO.

Durante os 813 dias que já dura a guerra que a Rússia pensou que poderia vencer em 72 horas, “a Ucrânia demonstrou ao mundo que tem a capacidade de alcançar sucessos sem precedentes no campo de batalha”, assinalou.

Sem quererem entrar em detalhes, os dois principais responsáveis militares da NATO garantiram que essa capacidade será reforçada “dentro de poucos dias” e “ao longo das próximas semanas” com a entrega de mais sistemas de defesa e munições pelos aliados.

“Os atrasos no apoio tiveram consequências graves no campo de batalha, mas felizmente a ajuda está a caminho”, prometeu o presidente do comité militar da NATO, lembrando que a Alemanha disponibilizou à Ucrânia um terceiro sistema Patriot de defesa antiaérea.

“Estão muitas coisas a acontecer neste momento, e não posso falar em detalhe sobre o que está a ser discutido, mas estou convencido de que num futuro muito próximo veremos uma melhoria significativa da quantidade de munições que a Ucrânia vai receber, e também soluções criativas para fornecer sistemas completos”, antecipou Rob Bauer.

Ao mesmo tempo, os líderes militares da NATO deixaram um alerta sobre a necessidade de os aliados recuperarem o seu atraso e reforçarem a capacidade de produção de armamento. “A Rússia está a avançar mais rapidamente do que a Europa e a América do Norte no que respeita ao aumento das capacidades industriais do sector da defesa”, apontou o presidente do comité militar da aliança.

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