Na Nigéria, Harry e Meghan abordam saúde mental, a guerra e anunciam apoio aos jovens
Apesar de desligados da família real, os duques de Sussex foram convidados a visitar a Nigéria pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, tendo sido recebidos com aplausos, música e dança.
O príncipe Harry e a mulher, Meghan, foram à Nigéria, a convite do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do país, Christopher Musa, numa visita que, embora não fosse de Estado, uma vez que o casal não representa a coroa britânica desde que se afastou dos deveres reais e se mudou para os EUA, há quatro anos, apresentou traços oficiais.
Harry e Meghan, cujo convite foi motivado pelas ligações estabelecidas através dos Jogos Invictus, um evento desportivo internacional que o príncipe iniciou há uma década para militares feridos em combate, foram recebidos com aplausos, música e danças, tendo aproveitado a visita para falarem de saúde mental. “Demasiadas pessoas não querem falar sobre isso “porque é invisível. É algo que está na nossa mente e que não conseguimos ver. Não é como uma perna partida, não é como um pulso partido”, disse Harry, durante uma visita à Lightway Academy, que é gerida por uma organização sem fins lucrativos apoiada pela sua Fundação Archewell, já depois de ter passado por um hospital militar em Kaduna, onde se encontrou com soldados feridos.
“Todas as pessoas nesta sala, as mais novas, as mais velhas, todas têm problemas de saúde mental. Portanto, é preciso cuidar de si mesmo para poder cuidar de outras pessoas”, declarou Harry, acrescentando que “não há vergonha” em reconhecer isso. Já Meghan disse que se sentia honrada por fazer a sua primeira visita à Nigéria e exortou os estudantes a não sofrerem em silêncio. “Certifiquem-se de que estão a cuidar de vocês mesmos e isso começa com a vossa saúde mental, falando realmente sobre o que quer que seja que vos esteja a acontecer.”
A visita dos duques ocorre numa altura em que as forças nigerianas continuam a combater grupos islâmicos no Nordeste do país e os bandos de raptores armados no Noroeste. O príncipe Harry não se esqueceu da situação, falando sobre a trágica perda das “almas corajosas” dos militares do país que perderam a vida em conflitos, e disse que sentiu “arrepios” depois de ver os planos para um novo centro para reabilitar tropas feridas.
Numa recepção às famílias dos militares em Abuja, no sábado, Harry contou que se tinha encontrado, na véspera, com 50 soldados feridos durante uma viagem ao Norte de Kaduna e que podia ver que os ferimentos estavam a definir as suas vidas, mas havia alguns que tinham sorrisos nos rostos.“O que isto me provou, o que isto me faz lembrar, é o poder de ver o que é possível depois de uma lesão”, disse Harry, acrescentando que “ver os planos para o novo Centro Invictus dá-me arrepios”.
Abike Dabiri Erewa, presidente da Comissão da Diáspora Nigeriana, arrancou largos sorrisos e palmas de Meghan quando exclamou: “A princesa Meghan é nigeriana”, numa alusão a um podcast em que Meghan afirmava ter ascendência nigeriana.
No domingo, o casal assistiu ainda a danças de rua em Lagos, onde revelaram uma parceria entre a sua Fundação Archewell e a organização sem fins lucrativos Giants of Africa, que utiliza o desporto para capacitar os jovens.
Na Ilupeju Senior Grammar School, em Lagos Mainland, o casal assistiu a um treino de basquetebol e Harry entrou em campo para fazer alguns exercícios com a bola e lançar um cesto. “O que vocês estão a fazer aqui no Giants of Africa é verdadeiramente espantoso”, afirmou. “O poder do desporto pode mudar vidas. Aproxima as pessoas e cria comunidade e não há barreiras, o que é o mais importante.”
Masai Ujiri, antiga estrela dos Toronto Raptors e presidente da Giants of Africa, desejou a Meghan um feliz Dia da Mãe, que na Nigéria se assinala no segundo domingo de Maio, e disse que a sua organização estava a unir as comunidades e a ajudar os jovens através do desporto, especialmente do basquetebol.