Rendas voltam a acelerar e aumentam 7,1% em Abril

É preciso recuar até Dezembro de 1994 para encontrar uma subida anual mais expressiva das rendas, que têm vindo a crescer a ritmo cada vez mais acelerado ao longo dos últimos três anos.

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Rendas aumentaram 7,1% em Abril, face a igual mês de 2023 Daniel Rocha
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As rendas continuam a não dar sinais de abrandamento este ano. Em Abril, e numa altura em que já acumulam vários meses consecutivos de aceleração do aumento dos preços, as rendas subiram mais de 7% em relação ao ano passado, um ritmo que não se observava há quase 30 anos.

Os dados foram publicados, nesta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que o índice de preços das "rendas efectivas pagas por inquilinos" aumentou 7,1% em Abril deste ano, face a igual mês do ano passado. Já em relação a Março deste ano, as rendas aumentaram 0,6%, ficando ligeiramente abaixo do crescimento em cadeia que tinha sido registado antes.

Este aumento surge, ainda, na sequência de um longo período de aceleração das subidas: já desde Novembro de 2021 que, a cada mês, o índice de preços das rendas regista uma taxa de variação positiva e superior à do mês anterior.

É preciso recuar até Dezembro de 1994 para encontrar uma subida anual mais significativa das rendas, neste historial do INE, do que aquela que se verificou em Abril deste ano. Para efeitos de medição da inflação, o INE considera o valor médio das rendas por metro quadrado de todos os contratos em vigor, e não o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento, como acontece na análise trimestral mais aprofundada que faz ao mercado de arrendamento. Isso significa que os dados divulgados nesta segunda-feira poderão não fazer um retrato das tendências mais actuais do mercado, mas permitem uma análise ao mercado como um todo.

E mostram, precisamente, que as rendas estão a aumentar mesmo tendo em consideração aquelas que já estavam em vigor. Isto, num ano em que a inflação média do ano passado permitiu que os senhorios pudessem aplicar agora um coeficiente de actualização das rendas em vigor de 6,94%. Este valor funciona como um tecto máximo, mas as estatísticas do INE têm permitido concluir que uma parte significativa dos senhorios tem vindo a aplicar os valores máximos permitidos.

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