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Eis o colectivo queer que mostra “que wrestling não é apenas drag para pessoas hetero”

As fundadoras do grupo partilhavam o amor pela luta livre, mas queriam um espaço que aceitasse aqueles que não se alinhavam com a imagem convencional de um lutador, por isso criaram um.

Artistas ensaiam no ringue de luta livre antes do último espectáculo do colectivo de luta livre LGBTQ+ Fist Club, em Londres Belinda Jiao / REUTERS
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Artistas ensaiam no ringue de luta livre antes do último espectáculo do colectivo de luta livre LGBTQ+ Fist Club, em Londres Belinda Jiao / REUTERS

Pensa em collants de rede, mini-calções prateados e pestanas postiças compridas, e depois junta a isso corpos a saltarem das cordas e a aterrarem de cara no ringue. Eis o Fist Club, um grupo de luta livre queer. A sua missão, dizem, é provar "que o wrestling não é apenas drag para heterossexuais, é drag para toda a gente".

Foi o sentido de diversão que entusiasmou o público num teatro esgotado no norte de Londres. As fundadoras do grupo — Daisy Lang, Ash Wilk e Heather Brandenburg — partilhavam o amor pela luta livre, mas queriam um espaço que aceitasse aqueles que não se alinhavam com a imagem convencional de um lutador, por isso criaram um.

"Para mim, o importante é a alegria queer", disse Wilk, à Reuters, nos bastidores. "Nada me dá a mesma alegria queer que o Fist Club". Essa alegria vem tanto dos trajes e da maquilhagem, incorporando elementos de drag e cabaret, como dos clinches e joint locks executados no ringue.

Vários actores extravagantemente tatuados riem-se e posam no camarim enquanto dão os últimos retoques nas perucas, pintam bigodes de lápis e adicionam brilho sempre que necessário.

"A minha identidade não se enquadra na identidade de homem cis-hetero do típico lutador de wrestling", diz Lang, cujas personagens incluem o rei drag Rocky Rhodes.

Ao criar um espaço que é queer e transinclusivo, acreditam que criaram um espectáculo onde todos se podem sentir em casa, uma versão moderna da luta livre que atraiu audiências de milhões quando foi transmitida na Grã-Bretanha nos anos 1970 e 1980.

De volta ao norte de Londres, o público grita de alegria quando uma personagem vestida à semelhança da cantora Tina Turner recupera de um doloroso golpe no ombro para dominar uma adversária que usa calças sem virilhas e top de biquíni. A apresentadora do Fist Club, Katy Bulmer, diz que isto mostra o apelo universal do que o grupo está a fazer.

"Não tem de ser o argumento principal, podes simplesmente contratar pessoas queer, podes contratar pessoas trans", disse Bulmer. "E as pessoas virão, e as pessoas aplaudirão e as pessoas compreenderão."

Belinda Jiao / REUTERS
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Ash Wilk, ou Rich Tea, prepara-se para o espectáculo
Ash Wilk, ou Rich Tea, prepara-se para o espectáculo Belinda Jiao / REUTERS
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