Júlio Bastos e o Douro são os grandes vencedores do concurso da ViniPortugal

Região do Douro e Porto conquistou 16 prémios “Grande Ouro”, metade do total, seguindo-se o Alentejo com seis

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Júlio Bastos, fotografado em 2018 na sua vinha nas imediações de Estremoz Adriano Miranda
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Primeiro, um júri de especialistas nacionais e internacionais passou pelo nariz e pelo palato 1300 vinhos, depois um grande júri dedicou-se a avaliar uma escolha mais depurada e no final o concurso da ViniPortugal chegou a um veredicto: os vencedores são Júlio Bastos como autor do melhor vinho do ano e a região do Douro, que arrecadou metade dos 32 “grandes ouros” do certame. O produtor alentejano baseado na região de Estremoz conseguiu apresentar ao concurso o vinho que, depois de ser considerado o “melhor varietal do ano tinto”, o Júlio B. Bastos Alicante Bouschet de 2018, acabaria por ser eleito como o “melhor do ano” em termos absolutos.

A proliferação de concursos de vinhos em Portugal tem esvaziado a sua importância. Uma situação a que a prova da ViniPortugal tem resistido. Com o passar dos anos, o concurso tornou-se uma referência. Até porque, para os produtores, os prémios lá obtidos contam para o negócio: os vinhos classificados com as medalhas Ouro e Grande Ouro vão integrar o roteiro dos eventos internacionais de referência nos quais a ViniPortugal participa. Vencer um “melhor do ano” é, por isso, um factor de promoção para as empresas.

Os vinhos que este ano mereceram as distinções mais elevadas foram, na categoria de Melhor Licoroso, o Graham's Single Harvest Porto 1974, o melhor varietal branco o Loureiro Private Vinhos Verdes 2020, de Anselmo Mendes, a escolha do melhor blend tinto coube ao Altas Quintas Reserva Alentejo 2019, a de melhor branco ao Quinta do Noval Reserva Douro 2022 e o melhor espumante foi o Quinta da Lagoa Velha Cuvée Bairrada 2015.

Nas distinções dos “Grande Ouro”, o Douro aparece com exactamente metade das 32 distinções. Na lista dos vencedores estão três vinhos do Porto (o Graham´s melhor do ano e dois Kopke de 50 anos, um Tawnie e outro Branco) e 13 tintos e brancos tranquilos. Segue-se o Alentejo, com seis vinhos eleitos. Com metade destes prémios aparece o Dão e Lisboa, com três distinções cada. Finalmente, a Bairrada, os Vinhos Verdes e a Península de Setúbal receberam um "Grande Ouro". Houve ainda lugar para a atribuição de 95 medalhas de ouro e 256 medalhas de prata.

“Organizamos este concurso há já onze anos e continuamos a ter uma adesão bastante significativa, seja por parte dos produtores que inscrevem os seus vinhos, seja por parte dos jurados nacionais e internacionais que aceitam prontamente o nosso convite”, diz Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal. O concurso mobilizou durante a sua primeira fase de selecção 108 jurados nacionais e 24 internacionais. Entre eles, provadores provenientes da Alemanha, Bélgica, Canadá, China, Dinamarca, Hong Kong e México.

O Grande Júri foi, por sua vez, composto por Bento Amaral o master of wine brasileiro Dirceu Viana Júnior, James Tidwell, o jornalista Luís Lopes e o enólogo Francisco Antunes. A entrega dos prémios decorreu esta sexta-feira em Alcobaça.

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