Ana Jorge diz que exoneração foi comunicada de forma “rude, sobranceira e caluniosa”
Numa comunicação aos colaboradores da Santa Casa, a provedora que esta terça-feira deixa o cargo, critica a forma como o Governo procedeu à sua exoneração e diz que sempre achou que “não vale tudo”.
Ana Jorge, que esta terça-feira deixa o cargo de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), enviou uma comunicação aos colaboradores onde deixa duras críticas à forma "rude, sobranceira e caluniosa" como o Governo comunicou a sua exoneração. O que, confessa, a deixou "desiludida". "Sempre achei e hoje mais do que nunca, que em política, tal como na vida, não vale tudo", afirmou.
"Recebi — confesso que com surpresa — a minha exoneração do cargo de Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, função que assumi há menos de um ano", começou por escrever, para a seguir dizer que " foi uma honra, claro, servir esta casa".
Ana Jorge diz que foram 11 meses muito duros em que, claramente, avançaram "rumo à sustentabilidade financeira, à motivação dos colaboradores e, mais importante, no compromisso social que assumimos com milhares de pessoas".
"É por isso — pelo tanto trabalho, desenvolvido em tão pouco tempo e pelo plano de reestruturação sólido que desenhámos e que queríamos implementar — que hoje não me sinto tão triste. Por isto, só por isto", sublinha, acrescentando que, "a seu tempo e em sede própria", contará a sua "verdade, que é a verdade de quem serviu a SCML com a mesma entrega e espírito de missão" com que desempenhou "as várias funções públicas e cívicas" ao longo da sua vida.
No fim deixa uma palavra para todos os colaboradores da SCML: "Não houve tempo para fazermos o que estava planeado, mas, por favor, não desistam da SCML, que necessita de cada um de vós para cumprir a sua acção junto dos mais vulneráveis".