Via Algarviana celebra 15 anos a calcorrear o Algarve e estreia quatro percursos pedestres
São mais de 350km de trilhos pelo Algarve, uma cada vez maior Via Algarviana. Em Maio, celebra 15 anos no caminho da promoção do “desenvolvimento sustentado do interior do Algarve”.
A Via Algarviana foi inaugurada a 29 de Maio de 2009, abrindo "caminho ao ecoturismo na região", uma região que, até então, estava toda praticamente focada no turismo de sol e mar. Foi a "concretização de uma ideia longamente pensada por um grupo de entusiastas das caminhadas e da natureza do Algarve: a de criar uma grande rota pedestre que atravessasse todo o interior algarvio", lembra-se em comunicado da Via, gerida pela associação de desenvolvimento local Almargem em parceria com os municípios locais.
Nem sempre o caminho foi fácil, temeu-se, alguns anos depois, o abandono do investimento no projecto, mas aí está a Algarviana com pernas para andar: celebra os 15 anos em Maio e continua a estrear iniciativas e percursos pedestres: desta feita, serão quatro, pelo barrocal e a serra, por terras que, no caso, "têm em comum o facto de estarem incluídos no território do aspirante a Geoparque Algarvensis", são voltas pela história geológica, compreendendo a paisagem natural e o engenho humano, da agricultura às culturas locais.
Os novos trilhos, novos "olhares sobre a paisagem natural e humana do interior do Algarve", têm entre eles o passeio mais longo: "Entre o Barrocal e a Serra" (PR15 LLE), com 17,60km pela "diversidade de paisagens da freguesia de Alte (Loulé).
Se preferir ir "Nos Passos do Património" (PR2 SLV) são 16,30km pelo "valioso património megalítico da zona de Vale Fuzeiros (Silve), numa "paisagem marcada pela cor intensa do grés de Silves".
Mais curtos, em redor dos 7m, são os outros dois trilhos estreantes: "Entre Aldeias" (PR5 ABF), pequena rota no Barrocal, de Paderne (Albufeira) a "várzeas férteis, trilhos rodeados de belíssimas árvores e aldeias com a arquitectura tradicional" algarvia; e, por fim, a Ligação 12, percurso linear da barragem do Funcho (Silves), para caminhantes e ciclistas, que permite "dividir em duas partes o sector 9 da Via Algarviana, fazendo um pequeno desvio que os leva até Vale Fuzeiros (um caminho em que se destacam "as vistas panorâmicas", o Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) e a albufeira da barragem do Arade.
"Os novos percursos", adianta-se em comunicado, "foram instalados no âmbito do projecto 'Via Algarviana - Pelos Caminhos do Património', promovido pela Associação Almargem, com co-financiamento do PDR 2020 – Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 e do Portugal 2020".
Os quatro percursos agora apresentados, depois de no ano passado terem sido apresentados mais sete - além dos primeiros passos no turismo acessível: um "percurso áudio guiado adaptado para cegos e amblíopes e a disponibilização gratuita, a pedido, de uma cadeira todo-o-terreno monorroda para turismo inclusivo"
No conjunto, bons sinais vitais da VA na altura que chega à sua década e meia de vida. “São 15 anos de que nos orgulhamos", diz Anabela Santos, coordenadora da Via Algarviana. "Cada vez mais, o interior do Algarve é um destino procurado por visitantes portugueses e internacionais que dão valor ao que esta região tem para oferecer: as paisagens, a flora única, o contacto com a população e a cultura local", destaca, referindo que, "para além de todas as questões económicas, que são importantes, há uma dimensão humana no ecoturismo que tem um valor imenso, tanto para quem visita, como para quem recebe.”
Ainda haverá muito para andar mas a rota global está traçada: passa por "diversificar a oferta turística, para atenuar a sazonalidade; valorizar o património cultural e ambiental da região, com especial enfoque nos territórios de baixa densidade; estimular a economia local; e promover o desenvolvimento sustentado do interior do Algarve."