Durante três dias, Alexandre Silva leva o Loco e o Fogo para o Vinho da Casa
Vai haver “aroma de grelhados no ar”, vindos do Fogo, mas também a irreverência do Loco. O chef Alexandre Silva revela o que preparou para os jantares do Vinho da Casa, de 17 a 19 de Maio, em Lisboa.
Alexandre Silva, o chef que conquistou uma estrela Michelin com o seu restaurante Loco, em Lisboa, já planeou todo o jantar volante que vai servir durante os três dias do Vinho da Casa, o evento que reunirá vinte dos mais importantes produtores de vinho de Portugal num ambiente intimista, em que os visitantes serão recebidos pelos enólogos e produtores como se estes estivessem nas suas casas, disponíveis para partilhar até os seus passatempos e actividades preferidas para além do vinho.
Depois de em 2023 ter tido a sua primeira edição no Porto, o Vinho da Casa (Não é qualquer vinho, não é qualquer casa), evento organizado pelo PÚBLICO e a Out of Paper, chega agora a Lisboa e terá como cenário La Distillerie, junto ao Campo de Santa Clara, que abrirá as portas ao melhor vinho nacional entre os dias 17 e 19 de Maio.
“Quis fazer uma proposta variada e o mais consensual possível”, diz Alexandre Silva, explicando que o desafio num projecto como este é criar pratos que harmonizem com os diferentes vinhos que vai ser possível provar no evento. A solução que encontrou passa não apenas por um, mas por dois caminhos. “O menu vai reflectir um pouco a filosofia de cada um dos meus dois restaurantes, o Loco e o Fogo.”
Assim, quem não conhecer os restaurantes de Alexandre Silva tem aqui uma oportunidade para os descobrir e perceber que um deles, o Loco, é um pouco mais “fora da caixa” por ser o espaço no qual o chef dá mais asas à sua criatividade, enquanto o Fogo está mais próximo da cozinha tradicional, toda feita no fogo, uma arte pela qual Alexandre se apaixonou e que traz também para o Vinho da Casa, onde terá uma pequena grelha no exterior. “Vou fazer polvo grelhado, quero que as pessoas sintam o aroma dos grelhados no ar.” Porque, acredita, “o fumo é um ingrediente” que integra os pratos e ele gosta de o tratar como tal. “É muito diferente cozinhar com fogo do que numa placa de indução ou num bico de gás”, diz.
Depois das provas especiais – o evento tem três masterclasses, uma em cada dia – e após o tempo para o convívio e conversa com os produtores, começará a ser servido o jantar, que, seja numa versão mais Loco ou mais Fogo, traz sabores tão portugueses como o arroz de Pica no Chão (ou cabidela), o bacalhau confitado com ovo e batata frita, o arroz de marisco com óleo de coentros e algas ou os sames de bacalhau com grão-de-bico e mão de vaca.
Um dos princípios de Alexandre Silva, em ambos os restaurantes, é trabalhar apenas com produtos nacionais – e da melhor qualidade. Haverá, por exemplo “peixe da lota” (o que estiver melhor em cada dia) com beurre blanc e batata Olho de Perdiz, ceviche também de peixe da lota, atum patudo com ajo blanco e tomate fumado. E, claro, a espetada de polvo no carvão.
Para os mais carnívoros, vai haver, para além do presunto de porco alentejano, tártaro de vaca com rábano picante, mostarda e nori, hambúrguer de bochecha de vitela estufada em vinho tinto. Os vegetarianos não ficaram esquecidos – a pensar neles, Alexandre vai servir um caril verde de vegetais.
Durante os dias do evento, o chef encerrará o Fogo e levará a equipa para La Distillerie. É, diz, sempre muito mais fácil trabalhar com uma equipa que se conhece e que está familiarizada com os seus pratos e assim assegura que o serviço seja do mesmo nível a que os clientes do Fogo estão habituados (adaptado, é claro, a um jantar volante).
Quanto à harmonização, a sua preocupação, enquanto cozinheiro, é conseguir que, independentemente de ficar melhor com um branco, um tinto, um rosé, mais seco, mais frutado, com mais ou menos madeira, cada prato ajude a realçar as qualidades do vinho e não se sobreponha a elas. Conseguir que prato e vinho em conjunto sejam não apenas um mais um, mas somem três, é sempre o objectivo.
E no Vinho da Casa tem à disposição vinhos verdadeiramente especiais, que o público do evento terá oportunidade de descobrir, não só provando mas falando com os próprios produtores e enólogos, ou nas masterclasses – haverá uma de brancos (dia 18) com o casal de Masters of Wine britânicos Susie Barrie e Peter Richards; outra de tintos (dia 17), com o Master of Wine brasileiro Dirceu Vianna Junior; e uma de vinho do Porto (dia 19) com o crítico do PÚBLICO Manuel Carvalho.
Os 20 produtores que vão estar presentes, todos eles convidados pela organização para participar no Vinho da Casa, são: Adega do Mouchão (Iain Richardson), Anselmo Mendes, Barbeito (Ricardo Diogo), Casa da Passarella (Paulo Nunes), Casa Ferreirinha (Luís Sottomayor), Reynolds Wine Growers (Julian Reynolds), Fundação Eugénio de Almeida (Pedro Baptista), Júlio Bastos, Luís Pato, Quinta das Bágeiras (Mário Sérgio), Niepoort (Daniel Niepoort), Quinta do Crasto (Manuel Lobo), Quinta do Noval (Carlos Agrellos), Quinta do Vallado (Francisco Ferreira, João Ferreira Álvares Ribeiro), Quinta do Vale Meão (Francisco Olazabal), Ramos Pinto (Thomas Rogerson), Susana Esteban, Symington (Harry e Charlotte Symington, Celso Pereira) Taylor's (Adrian Bridge), Wine and Soul (Sandra Tavares e Jorge Serôdio Borges).
O Vinho da Casa tem o patrocínio da Haier, DIAM e Saverglass e o apoio da ViniPortugal, o copo oficial é Riedel e o hotel é o Torel Palace Lisboa e a produção é da H2N. A loja oficial do evento é a Garrafeira Imperial, que acaba de receber o prémio de Melhor Garrafeira do Ano atribuído pela Revista Grandes Escolhas, e na qual, durante o evento, poderá ser comprado vinho com 10% de desconto, com entrega em casa. Já o café, fica oficialmente por conta da Delta Q.