Palcos da semana: da música dos Yes à Muda de Andermatt

Os próximos dias também trazem fotografias de Ruth Orkin, a estreia de uma Casa Tomada e um festival literário na terra de Torga.

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Clara Andermatt dirige Muda, entre a dança e o novo circo Ashleigh Georgiou
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Os Yes dão um aguardado (e adiado) concerto em Lisboa Gottlieb Bros
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Rapariga americana em Itália (Florença, 1951), uma das fotografias expostas em Ruth Orkin: A Ilusão do Tempo Ruth Orkin
Ricardo Kalash
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A Escola da Noite estreia Casa Tomada Eduardo Pinto
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Inês Pedrosa, uma das autoras presentes no FLiD - Festival Literário Douro Alfredo Cunha
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Um corpo acrobático que Muda

Convoca a estética dos filmes mudos, a flexibilidade do novo circo e a linguagem da dança. Envolve artistas de vários campos e origens, quais “equilibristas no fio da navalha” desafiados a cruzar métodos e códigos “a partir do corpo acrobático e das suas técnicas”.

Tem Clara Andermatt na direcção, chama-se Muda e resulta do intensificar da relação artística entre a companhia de dança da coreógrafa e o Instituto Nacional de Artes do Circo, dirigido por Bruno Machado.

“O humor entrelaça-se com a tragédia, a fantasia com a realidade, e a violência com o amor”, descrevem na apresentação do espectáculo que estão prestes a estrear em Aveiro. Também sublinham a vontade de o levar a todos, pelo país: Muda pode habitar uma sala, uma tenda ou a rua. E é o que vai acontecer na digressão nacional que já alinharam até ao final do ano.

Yes, finalmente

Para os amantes do rock progressivo, é altura de exclamar “finalmente!” e dar uso a bilhetes que já podem vir de 2020. Quatro vezes adiado, o concerto dos Yes, pioneiros e gigantes do género, acontece nesta terça-feira.

Tem o tom triste da despedida do baterista Alan White (1949-2022), mas também a vontade de pôr muita música em dia. Nos últimos anos, a banda inglesa lançou dois álbuns bem cotados, The Quest (2021) e Mirror to the Sky (2023). Além disso, promete prolongar a celebração dos 50 anos de Tales from Topographic Oceans, o primeiro disco com White.

Não é ilusão, é Orkin

Ruth Orkin (1921-1985) num “vívido panorama da sua trajectória artística”. É o que promete a exposição antológica patente em Cascais, a primeira em Portugal em torno da fotógrafa norte-americana a quem devemos a Rapariga americana em Itália.

É uma das cerca de 120 imagens reunidas em Ruth Orkin: A Ilusão do Tempo, lado a lado com registos da sua Viagem de bicicleta (quando atravessou os EUA a pedalar, aos 17 anos), a sequência Jimmy conta uma história e retratos de vultos como Alfred Hitchcock, Lauren Bacall, Marlon Brando, Albert Einstein, Leonard Bernstein ou Robert Capa.

Com curadoria de Anne Morin – para quem a fotografia de Orkin é “um espaço que restaura o tempo e o movimento, levando a linguagem fotográfica além dos seus limites até ceder ao poder da ilusão e da magia” –, a panorâmica completa-se com correspondência, recortes, passagens do seu diário e outros documentos e objectos.

De casa às costas

Em 1946, o argentino Julio Cortázar teve um sonho (ou pesadelo) que lhe inspirou um conto: Casa Tomada, a história de dois irmãos atormentados e afugentados de casa por entidades indefinidas. Em 2024, esse conto ressurge “como um poema cénico” em torno do drama dos refugiados, na 78.ª criação da Escola da Noite.

Nesta leitura, quatro actores representam “o quotidiano desses seres destituídos, capturados na cena entre a estadia precária e o pôr-se novamente em movimento, sem que se saiba exactamente o destino”, explica a brasileira Silvana Garcia, a encenadora convidada pela companhia.

Sabrosa à letra

Hélia Correia, Inês Pedrosa, Jaime Rocha, Júlio Machado Vaz e Tiago Guedes estão entre os mais de 20 autores que respondem ao chamamento de mais um FLiD - Festival Literário Douro e se reúnem para falar de letras em São Martinho de Anta, a terra de Miguel Torga.

A par de mesas-redondas, encontros com escritores, conversas, debates, exposições e uma feira do livro, a sexta edição acolhe um espectáculo da Peripécia Teatro sobre Torga, a visualização dos Diálogos Depois do Fim realizados por Guedes e, no remate, a voz de Janita Salomé no concerto Pássaro Azul.

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