Rapper Megan Thee Stallion acusada de gordofobia e de criar ambiente de trabalho hostil

Emilio Garcia acusa a rapper de o ter obrigado a assistir enquanto fazia sexo num carro em movimento. “Senti-me desconfortável. Fiquei como que congelado e chocado”, conta o videógrafo.

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Megan Thee Stallion (à direita) com Beyoncé nos Grammys, em 2021 CBS via REUTERS
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A rapper Megan Thee Stallion está a ser acusada pelo antigo funcionário Emilio Garcia de “criar um ambiente de trabalho hostil”. No processo entregue em tribunal, nesta terça-feira, o videógrafo diz que a cantora também fazia troça da sua aparência física e recorda como foi traumático um episódio em que teve de assistir a uma relação sexual da artista.

“Trata-se de um pedido de indemnização por dinheiro, sem qualquer pedido de queixa por assédio sexual, e com acusações obscenas”, reagiram os advogados da rapper, defendendo que as acusações têm por único objectivo “envergonharem-na”.

Emilio Garcia começou a trabalhar com Thee Stallion em 2019, enquanto seu videógrafo pessoal, cargo que manteve, a tempo inteiro, até Junho de 2023. O queixoso diz que a artista violou as leis do trabalho, ao mudar o contrato, passando a pagar-lhe “por tarefa”, em lugar do habitual salário mensal, fazendo com que passasse a ganhar “significativamente menos”.

Com a mudança contratual, Garcia também conta ter perdido o seguro de saúde, por o seu estatuto profissional ter passado a ser “independente”. Gradualmente, foi sendo chamado para menos filmagens até que, em Junho passado, a gravadora de Megan Thee Stallion, Roc Nation, o informou de que os seus serviços já não seriam necessários.

A relação terá começado a deteriorar-se em 2022, depois de uma viagem a Ibiza. Na queixa judicial, entregue em Los Angeles, Emilio Garcia recorda ter ficado “preso” num carro em movimento enquanto Megan Thee Stallion fazia sexo “mesmo ao lado”. “Senti-me desconfortável. Fiquei como que congelado e chocado”, contou à NBC News.

Na mesma viagem, a cantora, conhecida por êxitos como Savage ou Hot girl summer, terá feito troça do peso do videógrafo, incentivando a que “cuspisse a comida” ou não comesse de todo. “Ao ouvir alguém, que defende a aceitação corporal, dizer-me estas coisas, senti-me arrasado”, declarou à mesma publicação, detalhando que ficou com um trauma emocional.

A queixa de Emilio Garcia tem semelhanças à levantada pelas antigas dançarinas da também rapper Lizzo. Arianna Davis, Crystal Williams e Noelle Rodriguez acusam a cantora, conhecida pela mensagem de amor-próprio e aceitação corporal, de assédio sexual e moral, incluindo de as ter forçado a tocar numa pessoa nua durante uma festa. A artista tem negado as acusações.

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