“Pessoas que nasceram no meio da terra. Pessoas com alcunha. Pessoas que se conheceram num baile. Pessoas com muitos irmãos, pessoas com a quarta classe e com cursos universitários. (….) Pessoas que pagam jornas em Alvarinho ou em lampreia. (…). Pessoas que conduzem o tractor, manejam alfaias, que agarram na motosserra, que podam, que penteiam a vinha, que arranjam forças e tempo para a vinha. Pessoas que dão cabo das unhas e da pele. Pessoas que comem quase tudo o que cultivam. Pessoas que dão o litro. Polícias, mecânicos, talhantes, serralheiros, condutoras, professores, jornalistas, bancários, carteiros, enfermeiros, pasteleiros, pintores, educadoras, contrabandistas, programadoras… Pessoas que seguiram João Cerdeira. Pessoas tolas que procuram milagres. Que adoram o trabalho do campo e que detestam o trabalho do campo. Pessoas que nunca perderam o contacto com a terra. Pessoas que nunca perderam o contacto com a sua terra. Pessoas que tentam e pessoas que erram. Pessoas românticas. Pessoas que aqui pousaram”.
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