Fotogaleria
Fotógrafos em Gaza partilham as imagens “que o mundo jamais pode esquecer” — são estas
A ONU pediu a 14 fotojornalistas palestinianos que partilhassem uma fotografia dos últimos seis meses "que o mundo jamais possa esquecer". Este é o retrato da "dolorosa verdade da vida em Gaza".
Atenção: este artigo contém imagens explícitas que podem impressionar os mais sensíveis
Foi ultrapassada a barreira psicológica dos seis meses de destruição e morte, na Faixa de Gaza. A 7 de Abril de 2024, há registo de mais de 33 mil mortos (sendo que perto de 14 mil são crianças) e de quase 76 mil feridos no território que é diariamente bombardeado pelas Forças de Defesa de Israel e de onde é impossível escapar. Por detrás de cada número existe uma história de vida para sempre alterada pela agressão israelita.
Os jornalistas palestinianos que resistem aos ataques de Israel (90 jornalistas palestinianos já foram declarados mortos no conflito que é considerado como o mais mortífero para jornalistas) continuam a ser a janela de Gaza para o mundo. "Partilhamos estas imagens com o exterior na esperança de transmitir a realidade das nossas experiências", escreve o fotojornalista Mohammed Zaanoun, um dos 14 fotojornalistas palestinianos que responderam ao repto do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH), que lhes pediu que partilhassem uma fotografia dos últimos seis meses "que o mundo jamais possa esquecer". "As nossas fotografias retratam a dolorosa verdade da vida aqui e lançam luz sobre a hipocrisia do mundo em relação a Gaza."
Apesar do relatório da ONU, que no final de Março declarou ver “motivos razoáveis” para apontar a ocorrência de genocídio em Gaza e que recomendou um embargo mundial na venda de armamento a Israel, assim como a implementação de sanções sobre o país, os EUA e a Alemanha, que fornecem 99% das armas usadas por Israel, ainda não cortaram o fornecimento.
Em resultado de acção militar e bloqueio deliberado à entrada de ajuda humanitária em Gaza por parte de Israel, três quartos da população do território cercado, composta por cerca de 2,3 milhões de pessoas, está deslocada, sem acesso a água potável, comida, electricidade, aquecimento, cuidados médicos, rede de comunicação ou um simples tecto sobre as suas cabeças.
Dando um rosto ao sofrimento, cada fotografia desta fotogaleria é acompanhada de uma legenda que descreve, na primeira pessoa, o momento captado por cada fotojornalista no local: são eles Mohamed Abed, Saher Alghorra, Jehad Al Shrafii, Belal Khaled, Mariam Abu Dagga, Ismael Abu Dayyah, Samar Abu Elouf, Mahmud Hams, Haitham Imad, Jehan Kawera, Sameh Nidal, Salam Qudihe, Yasser Qudih, Ahmed Zakot e Mohamed Zaanoun.
* As fotografias e as suas legendas reflectem os pontos de vistas dos fotógrafos, e não necessariamente os das Nações Unidas.