Número de famílias em casas sobrelotadas teve maior subida de sempre

Em 2023, havia 1,3 milhões de pessoas a viver em casas sobrelotadas, um aumento de 37% em relação ao ano anterior. Este é o agravamento mais expressivo de que há registo nos dados do INE.

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1,3 milhões de pessoas vivem em casas sobrelotadas Nuno Ferreira Santos
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O número de pessoas a viver em casas sobrelotadas aumentou no ano passado, um fenómeno explicado pelo impacto da inflação e do aumento dos custos da habitação em Portugal. E é sobretudo entre as famílias portuguesas com filhos que este fenómeno está a agravar-se mais: em 2023, uma em cada cinco destas famílias vivia numa casa sem divisões suficientes para o número de pessoas do agregado.

Os dados foram divulgados há duas semanas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no âmbito do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, que deu conta de que, em 2023, 12,9% da população residente em Portugal vivia numa casa sobrelotada, um indicador que é medido pela proporção de pessoas a viver em alojamentos em que o número de divisões habitáveis era insuficiente para o número e o perfil demográfico dos membros do agregado. Esta percentagem representa um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior e é a mais elevada desde 2010, quando a taxa de sobrelotação da habitação era de 14,6%.

Agora, são conhecidos mais detalhes sobre esta realidade, adiantados ao Expresso pelo INE. De acordo com o semanário, o número de pessoas a viver nesta situação aumentou em 37% em 2023, totalizando 1,3 milhões de pessoas nesse ano. Estes dados são recolhidos pelo INE desde 2004 e, desde essa altura, nunca tinha havido um agravamento tão acentuado de um ano para o outro.

Ainda segundo o Expresso, a população estrangeira manteve-se como aquela que vive em piores condições, com a taxa de sobrelotação neste grupo demográfico a fixar-se em 22,7% em 2023. Essa percentagem é, ainda assim, praticamente igual à de 2022, quando a proporção de população estrangeira a viver em casas sobrelotadas era de 22,6%. Assim, foi sobretudo entre as famílias portuguesas que se registou o maior agravamento: a taxa de sobrelotação neste grupo passou de 9,1% em 2022 para 12,6% em 2023.

Considerando apenas as famílias portuguesas com filhos, o agravamento deste cenário torna-se ainda mais evidente: entre 2022 e 2023, a percentagem de famílias portuguesas com filhos a viver em situação de sobrelotação habitacional aumentou de 16% para 21%. Já se se considerar a população em situação de pobreza, a proporção aumenta para quase 30%, indica o Expresso.

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