Rússia lança à segunda tentativa a Soiuz MS-25 com três tripulantes
A bordo segue a primeira cosmonauta bielorrussa, Marina Vasilevskaya.
A Rússia lançou este sábado, do cosmódromo de Baikonur, à segunda tentativa, a nave Souiz MS-25 para o espaço, para levar três tripulantes até à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), incluindo a primeira cosmonauta bielorrussa, Marina Vasilevskaya.
O lançamento, transmitido em directo na televisão e dedicado ao 90.º aniversário do nascimento do cosmonauta Iuri Gagarin, o primeiro homem a ir ao espaço, foi efectuado às 12h36 (hora de Lisboa) no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com ajuda de um foguetão Soiuz-2.1a, de acordo com as agências internacionais.
Segundo a agência Efe, na quinta-feira, a agência espacial russa Roscosmos suspendeu o lançamento da Soiuz poucos minutos antes da hora prevista, alegando uma "quebra de tensão" na fonte de energia técnica.
Inicialmente, estava previsto que a Soyuz MS-25 fosse lançada no dia 13, mas a Roscosmos adiou o lançamento para dia 21.
A tripulação da Soiuz MS-25 é composta pela bielorrussa Marina Vasilevskaya, que voa para o espaço pela primeira vez, o russo Oleg Novitski e o norte-americano Tracy Dyson.
"Para mim é uma grande honra e um grande orgulho representar a Bielorrússia na Estação Espacial Internacional. Estou pronta para o voo", disse a cosmonauta Marina Vasilevskaya, comissária de bordo da companhia aérea bielorrussa Belavia, à agência estatal BELTA, dias antes do lançamento, segundo a Efe.
Depois de um longo voo de cerca de 50 horas e meio, a Soiuz deverá acoplar-se na segunda-feira, às 15h10, ao módulo Pritchal, também acoplado ao módulo Naouka, no segmento russo da Estação Espacial Internacional, segundo a Roscosmos.
Juntamente com Novitski, Vasilevskaya terá de permanecer na ISS durante 12 dias, após os quais ambos regressarão à Terra a bordo da Soiuz MS-24.
O voo de Vasilevskaya foi acordado pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo bielorrusso e principal aliado, Alexander Lukashenko, em Abril de 2022.
Actualmente, estão na ISS os norte-americanos Loral O'Hara, Michael Barratt, Matthew Dominick e Jeanette Epps, e os russos Oleg Kononenko, Nikolai Chub e Alexander Grebenkin.
A estação espacial, símbolo da cooperação internacional no pós-Guerra Fria, é agora uma das últimas áreas de colaboração entre a Rússia e o Ocidente, num contexto de tensões relacionadas com a invasão russa da Ucrânia.
A agência espacial norte-americana NASA, e os seus parceiros, planeiam continuar a utilizar a ISS até 2030, segundo a AP.
A Rússia continuou a utilizar versões modificadas de foguetões soviéticos para lançar satélites comerciais, bem como tripulantes e carga para a ISS.
As naves Soiuz foram durante muito tempo a única forma de chegar à ISS, mas a Roscosmos tem agora a concorrência de empresas privadas, como a SpaceX, de Elon Musk.
A Rússia pretende terminar a sua colaboração com a ISS depois de 2024, para se concentrar na construção da sua própria estação espacial.