Portugal participa com 100 milhões de euros no programa de aquisição de munições para Kiev
Programa comum de aquisição de munições foi gisado pela República Checa. Nas últimas semanas, a Alemanha e os Países Baixos anunciaram apoios no mesmo valor.
O Conselho de Ministros esteve reunido nesta quinta-feira e aprovou, entre outras medidas, uma contribuição de 100 milhões de euros para o programa de apoio à Ucrânia, que está a ser desenhado pela República Checa.
"Este programa estabelece um quadro para a aquisição comum de munições e a entrega rápida à Ucrânia, já aplicado em colaboração com a Dinamarca e os Países Baixos, e ao qual aderiram já outros Estados Membros da UE", lê-se no comunicado divulgado depois da reunião, que, em dia de greve dos jornalistas, não teve conferência de imprensa.
"Atendendo ao compromisso de Portugal de apoiar a defesa da soberania e a integridade territorial da Ucrânia de acordo com as fronteiras reconhecidas internacionalmente, e em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o demais direito internacional aplicável, bem como de defender, promover e respeitar os direitos humanos, as liberdades fundamentais e os princípios democráticos, o Governo decidiu apoiar a Ucrânia com 100 milhões de euros para este programa", acrescenta o documento.
Países como a Alemanha e os Países Baixos anunciaram nas últimas semanas apoios no mesmo valor.
A decisão do Governo português foi conhecida no dia em que o Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a Europa deve preparar-se para a guerra se quiser a paz. Para Macron, a Rússia de Vladimir Putin é um adversário que não pararia na Ucrânia se derrotasse as tropas de Kiev.
Em Fevereiro, depois de dizer que não descartaria o envio de tropas terrestres para a Ucrânia no futuro, o chefe de Estado francês ouviu muitos líderes europeus distanciar-se dessa ideia e outros, em menor número, expressar o seu apoio.
"Se a Rússia vencer esta guerra, a credibilidade da Europa será reduzida a zero", disse Macron numa entrevista televisiva. “Se a guerra se espalhar pela Europa, a culpa será da Rússia”, acrescentou. "Mas se decidíssemos ser fracos, se decidíssemos hoje que não iríamos responder, já estaríamos a escolher a derrota. E eu não quero isso. A nossa segurança está em jogo na Ucrânia”, defendeu ainda.
Macron explicou que não cancelou uma visita planeada à Ucrânia por razões de segurança. “Isso foi o que a Rússia disse. Não deviam acreditar”, disse. com Reuters