AMP disponível para criar linha inter-regional entre Porto e Viana do Castelo

Os presidentes da Câmara do Porto e de Viana do Castelo tinham decidido instar a AMP e a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho a criar a linha.

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Em Janeiro, os utilizadores do autocarro expresso pela auto-estrada A28 entre Viana do Castelo e o Porto, que pagavam 88 euros mensais, passaram a pagar 171,60 euros Adriano Miranda
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A Área Metropolitana do Porto (AMP) manifestou abertura para criar uma linha de autocarros inter-regional entre o Porto e Viana do Castelo semelhante à que existe para Braga, segundo uma resposta dada a questões da Lusa.

"A AMP expressou total disposição de levar ao respectivo Conselho Metropolitano uma proposta semelhante à aprovada na reunião de 15 de Dezembro de 2023, que permitiu à CIM [Comunidade Intermunicipal] do Cávado a criação da linha Porto - Braga", pode ler-se numa resposta de fonte oficial da AMP a questões da Lusa.

A Lusa tinha questionado a AMP na sequência de uma reunião, na segunda-feira, entre os presidentes da Câmara do Porto e de Viana do Castelo, em que concordaram instar a AMP e a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho a criar a linha, mostrando também disponibilidade para a financiar.

A AMP revelou, na resposta à Lusa, que em 16 de Fevereiro se realizou, por iniciativa da CIM do Alto Minho, uma reunião "com o objectivo de discutir a intenção daquela entidade intermunicipal na criação de uma linha de transporte público inte-regional entre Viana do Castelo e o Porto", a qual a AMP se mostrou disponível para criar.

Na segunda-feira, os autarcas do Porto, Rui Moreira, e de Viana do Castelo, Luís Nobre, reuniram-se após, na semana passada, um grupo de utentes do autocarro que liga as duas cidades ter enviado uma carta aberta à Câmara do Porto a pedir uma reunião para "desbloquear" uma solução que evite os cerca de 200 euros mensais na deslocação entre regiões.

Luís Nobre explicou que as autarquias não podem actuar directamente para resolver o problema, uma vez que o serviço entra na categoria expresso, que não pode ser regulado ao abrigo das concessões de serviço público, sendo por isso necessário criar uma nova linha inter-regional com a anuência da CIM e AMP, que são autoridades de transporte.

A solução passa por "assentar na rede inter-regional uma resposta que implique uma redução do valor ou do custo que hoje ocorre", incluindo também a CIM do Cávado na negociação, devido ao atravessamento do concelho de Esposende (distrito de Braga), que poderá beneficiar do serviço.

De acordo com Rui Moreira, o apoio será não só formal mas também financeiro: "Nós podemos encontrar forma de lançar um serviço inter-regional, como temos com Braga, e a partir daí encontrarmos forma de, entre nós, dividirmos o que for o défice tarifário".

Sobre uma previsão de custos para as autarquias relativamente à possível redução tarifária de um futuro serviço inter-regional, Rui Moreira afirmou que "é muito difícil de dizer", mas adiantou que, no serviço para Braga, em Janeiro, a Câmara do Porto já não teve de pagar qualquer euro para cobrir o défice tarifário, após o financiar inicialmente com 30 mil euros.

Questionado sobre quando será possível alcançar um acordo para uma solução, Rui Moreira disse não poder exigir à CIM do Alto Minho e à AMP que "resolvam o assunto amanhã", mas se quiserem "resolvem rapidamente", tal como sucedeu com a linha para Braga.

"Só precisamos de uma coisa: que não compliquem. Se não complicarem, resolve-se rapidamente", asseverou.

Em Janeiro, os utilizadores do autocarro expresso pela auto-estrada A28 entre Viana do Castelo e o Porto, que pagavam 88 euros mensais, passaram a pagar 171,60 euros (22 dias x 2 viagens x 3,90 euros), devido a uma redução do apoio dado pela Câmara de Viana do Castelo.

A 30 de Janeiro, os utentes dos transportes públicos do Alto Minho pediram ajuda ao presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) na implementação de um "passe único", reivindicado desde 2019, para evitar os 200 euros mensais na deslocação entre regiões.

A 09 de Janeiro, a CIM do Alto Minho explicou que, com a extinção da carreira pública de ligação ao Porto, "os serviços de transporte de passageiros expresso que, actualmente, estão no mercado liberalizado, não são financiáveis através do PART".