FC Porto terá de contrariar a história e o momento do Arsenal

Os “dragões” defendem esta noite, em Londres, na segunda mão dos oitavos-de-final da Champions, uma vantagem de um golo na eliminatória.

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Sérgio Conceição garante que o FC Porto jogará sem medo frente ao Arsenal EPA/ESTELA SILVA
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A pressão estará maioritariamente do lado do Arsenal, mas a história vai jogar contra o FC Porto. Vinte dias depois de um golo de Wenderson Galeno “fora de horas” colocar os pratos da balança a penderem para o lado dos “dragões”, a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões levará esta noite (20h, TVI) os portistas a um palco de más recordações: o FC Porto perdeu sempre – sem marcar golos – quando jogou na casa do Arsenal e, na primeira visita há 17 anos, tinha Pepe na equipa. No entanto, o currículo portista em Londres e o apelo de Mikel Arteta, técnico dos “gunners”, para um forte apoio dos seus adeptos não assustam Sérgio Conceição, que, na capital inglesa, deixou uma certeza: “Viemos aqui disputar o jogo e ganhar."

Os ingredientes para que o Emirates Stadium receba esta noite um jogo de grande qualidade estão todos reunidos. Do lado do Arsenal, a equipa de Mikel Arteta beneficiou do empate entre os dois rivais na luta pela conquista do título inglês (Liverpool e Manchester City) para assumir a liderança da Premier League e, nos últimos dois meses, o registo dos “gunners” impressiona: oito vitórias, com 33 golos marcados, e apenas uma derrota. Porém, é esse desaire que coloca os londrinos em sentido. Em 2024, o Arsenal apenas foi derrotado pelo Liverpool (Taça de Inglaterra) e na primeira mão dos “oitavos”, no Estádio do Dragão.

Esse triunfo frente aos favoritos “gunners” e, 11 dias depois, a goleada imposta ao Benfica na I Liga serviram para recuperar a auto-estima de uma equipa abalada após os deslizes no início de Fevereiro - empate com o Rio Ave e derrota em Arouca -, mas também colocaram os londrinos em sentido.

Reconhecendo que podem ter encarado o primeiro duelo no Porto com alguma altivez, Arteta afirmou na antevisão do reencontro com os portistas que agora já conhece “um pouco melhor a equipa do FC Porto” e, por isso, terá de “ajustar algumas coisas” para o Arsenal fazer “muito mais” do que fez “no primeiro jogo”.

O técnico espanhol assegurou que os ingleses se prepararam “da melhor forma possível” para tomarem “as melhores decisões em cada fase do jogo”. Para além disso, Arteta diz que espera que os seus jogadores sejam “corajosos”, pedindo ainda o apoio dos seus adeptos: “Acho que o impacto que eles podem causar é incrível. Precisamos deles sempre que disputarmos os lances. Precisamos dessa emoção controlada também para entendermos que o jogo pode passar por certas fases e temos de ser muito inteligentes para pressionarmos nos momentos certos, de forma a conseguirmos o que queremos”, afirmou.

Para Conceição, o apelo de Arteta diz “pouco”. “Acho que o ambiente faz parte daquilo que é o futebol. Temos os nossos adeptos, em menor número claro, mas com mais paixão ainda e mais vontade de nos apoiar. E, depois, tudo o que são as declarações, o pós-jogo, o pré-jogo, isso não joga. Quem joga são os atletas, a atitude que metemos dentro do nosso plano, e é isso que joga. Mais palavra, menos palavra, às vezes diz-se coisas que mais tarde não se deviam ter dito daquela forma, mas de uma parte e de outra. Não valorizo muito isso".

Olhando apenas para o que se passará no relvado, Conceição reconheceu que o FC Porto terá “uma tarefa muitíssimo difícil”, mas quando “a bola começa a rolar, existe qualidade de um lado e de outro”. Por isso, o treinador diz que os “dragões” terão de olhar para dentro, “observando e vendo o que o adversário pode fazer”, uma vez que o rival “é uma equipa bem treinada, que sabe e percebe todos os momentos do jogo e não só”. Perante tudo isso, Conceição admite “respeito” pelo Arsenal, mas “não com qualquer tipo de receio ou medo”: “Viemos aqui disputar o jogo e ganhar.”

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