Há uma alternativa à cola tradicional. Chama-se Palestine, “Liberdade para Todos”

Os proprietários da empresa sueca Safad Food AB fundaram a marca Palestine Drinks porque não queriam comprar nenhuma “bebida anti-Palestina”.

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As latas de Cola Palestine DR
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E se um dia entrarmos num restaurante e percebermos que não queremos consumir nenhuma "bebida anti-Palestina"? "Havia apenas uma opção e não gostávamos. O próprio facto de nos depararmos com estas opções (bebidas anti-Palestina ou uma bebida que não queríamos) fez com que a ideia de criar uma bebida alternativa começasse a formar-se", contam os fundadores da Safad Food AB, empresa "totalmente independente" e sem ligação a outros fabricantes de refrigerantes, que agora lança a Palestine Drinks, cujo primeiro produto é uma cola.

"Queremos demonstrar que a liberdade é um direito humano e que todas as pessoas, independentemente da etnia e da religião, têm direito à liberdade. Liberdade para todos, simplesmente", escrevem os proprietários, com origem na Palestina — na cidade de Safad — e cuja empresa tem sede em Malmö (cidade sueca que está especialmente sob os holofotes actualmente, já que vai acolher o Eurofestival e há muitos contra a participação de Israel no evento).

Traduz-se desta forma a imagem gráfica das recém-criadas embalagens: a árvore representa uma oliveira, que tem um forte valor simbólico para a Palestina; o padrão no fundo da lata é um keffiyeh, provavelmente o símbolo mais forte da Palestina; a rede representa uma rede de pesca, muito importante na economia do país; e há uma frase em todas as embalagens: Liberdade para Todos.

"O nosso objectivo é que as bebidas estejam disponíveis em todos os países onde as pessoas apoiam a nossa mensagem", esclarecem os fundadores, que já estão a negociar com outros mercados, reforçando a ideia de que "a Palestina não deve ser esquecida". "A situação em que o país se encontra e o tratamento desumano a que a Palestina e os seus cidadãos são submetidos significa que temos absolutamente que agir."

A ideia da marca é que uma grande parte da produção excedentária vá para "palestinianos necessitados". "De forma a obter o máximo benefício, envolveremos organizações de ajuda de confiança ​​e monitorizaremos cuidadosamente se a ajuda realmente chega. Actualmente, fazemos pesquisas criteriosas para que, uma vez que a venda gere lucro, saibamos que organizações utilizar."

A Palestine Drinks, que numa primeira fase pretende vender apenas para empresas, surge em latas de 33 centilitros e em breve também em garrafas de 1,5 litros.

Inicialmente, a Palestine Drinks está disponível apenas no sabor cola, mas já foram desenvolvidas receitas de mais seis sabores, que serão lançados em breve, além de uma cola sem açúcar: laranja, limão, bebida energética, chá gelado, café gelado e água.

Esta é declaradamente uma alternativa aos gigantes mundiais dos refrigerantes, nomeadamente à Coca-Cola, há muito tempo no fogo cruzado do conflito no Médio Oriente. Recorde-se que, de 1967 a 1991, a marca norte-americana foi oficialmente boicotada pela Liga Árabe por construir uma fábrica de engarrafamento em Israel. Agora, uma vez mais, a Coca-Cola está em todas as listas de marcas apontadas pelo movimento BDS, Boicote, Desinvestimento e Sanções.

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