Quadro de Van Gogh vendido por 4,5 milhões de euros na feira de Maastricht

Um museu fora da União Europeia comprou Tête de Paysanne à la Coiffe Blanche, de 1884. É um dos primeiros quadros do mestre neerlandês e estava à venda na The European Fine Art Fair (TEFAF).

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O momento em que o quadro de Van Gogh foi exposto no stand da galeria M.S. Rau, na M.S. Rau EPA/ROB ENGELAAR
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O quadro Tête de Paysanne à la Coiffe Blanche (Cabeça de camponesa com toucado branco), da fase inicial da carreira de Vincent van Gogh (1853-1890), foi vendido durante a The European Fine Art Fair (TEFAF), que abriu na quinta-feira, 7 de Março, em Maastricht, nos Países Baixos.

A obra estava à venda por 4,5 milhões de euros e foi comprada por um museu fora da União Europeia, revelou à imprensa Bill Rau, presidente da galeria norte-americana M.S. Rau, que participa pela primeira vez na feira que decorre até ao dia 14 de Março. Embora o galerista não tenha tornado público o montante do negócio, a agência de notícias neerlandesa ANP noticiou que o quadro foi comprado pelo preço de venda com que estava na TEFAF. O nome do museu que adquiriu a obra para a sua colecção não foi divulgado, mas sabe-se que ela ficará acessível ao público.

Cabeça de camponesa com toucado branco foi pintado por Van Gogh, em 1884, quando vivia com os pais, em Nuenen, nos Países Baixos. Uma estadia que ele pensou que seria curta, mas acabou por se prolongar por dois anos, um "período que se revelou seminal" para o seu desenvolvimento artístico e que culminou com a obra-prima Os Comedores de Batatas, de 1885, uma pintura sobre os camponeses miseráveis dos Países Baixos do século XIX.

"Aquilo que mais me entusiasma, muito mais do que outras coisas na minha obra, é o retrato, o retrato moderno... Gostaria de fazer retratos que, um século mais tarde, pudessem aparecer às pessoas dessa época como aparições. Por isso, não tento fazê-lo através da semelhança fotográfica, mas através das nossas emoções", considerava Van Gogh citado no catálogo da exposição Van Gogh Face to Face, The Portraits, do The Detroit Institute of Arts, e que aparecia na descrição deste quadro no site da leiloeira Sotheby's em 2014.

A TEFAF revelou que nos seus primeiros dias, em que esteve aberta a coleccionadores e profissionais, recebeu 300 directores de museus (Museu Britânico, Louvre, National Portrait Gallery, Museo Nacional del Prado, Rijksmuseum, National Gallery of Art Washington e Zayed National Museum Abu Dhabi, entre muitos outros), 650 curadores e 40 grupos de mecenas de museus. Houve um aumento de 20% em relação a coleccionadores privados a visitar a feira nos primeiros dias.

Entre as obras que estão à venda em Maastricht está a pintura A Descida da Cruz, de Domingos Sequeira, no stand da galeria Colnaghi. Esta obra portuguesa, datada de 1827, tem estado envolta em polémica devido à forma como deixou o país.

Como divulgou o gabinete de imprensa da feira, em comunicado, vários expositores venderam a maior parte das obras que tinham trazido para os seus stands. Entre eles, a galeria francesa Pauline Pavec, que participou na nova secção Focus, e vendeu principalmente para grandes instituições europeias e americanas; a galeria britânica Ben Hunter, que vendeu a coleccionadores privados britânicos e americanos; e a galeria japonesa sediada em Tóquio, A Lighthouse called Kanata, que fez 19 vendas nos dois primeiros dias de feira. A galeria polaca Olszewski | Ciacek também se incluiu nas que mais registaram vendas nos primeiros dias, incluindo a obra Heliographic Composition (XXVI) do pintor polaco Karol Hiller (1891- 1939), por 50 mil euros.

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