“Bem-vindo, caro Kokçu”, disse o Benfica neste domingo

Frente ao Estoril, o médio turco jogou, fez jogar e mostrou que pode ser, naquela posição, mais influente. O problema é tirar Rafa daquele lugar.

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Benfica e Estoril em duelo na Luz LUSA/FILIPE AMORIM
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Um grande golo, uma assistência também de alta qualidade e alguns apontamentos de classe. Neste domingo, Orkun Kokçu mostrou, sete meses depois, os motivos pelos quais foi contratado por 25 milhões de euros.

O Benfica venceu o Estoril por 3-1 e o médio turco, incluído como 10 do 4x2x3x1 – e com uma referência ofensiva que lhe dê soluções e arraste marcações –, foi melhor. Participou mais no jogo em zonas perto da área e mostrou o que se esperava que já tivesse mostrado: capacidade finalizadora, boa qualidade de definição e valências a surgir em zonas de finalização em drible ou em passe.

Ali, Kokçu é melhor. E o Benfica, em teoria, também pode ser, mesmo numa noite em que não foi excepcional.

“Funil amarelo”

Na 25.ª jornada da Liga, o Estoril levou à Luz o habitual 5x4x1 e, ao contrário de outras ocasiões, foi bastante mais cauteloso a nível de posicionamento, sobretudo dos dois alas, cuja projecção ofensiva existiu, mas apenas quando assegurada a estabilidade defensiva.

Também os atacantes interiores tiveram uma preocupação defensiva especial, procurando fechar o espaço para passe vertical que poderia haver entre os centrais e os atacantes do Benfica, que foi a jogo sem Rafa, Neves e Di María – Kokçu jogou a 10.

No fundo, o Estoril conseguia defender a largura, defender o jogo entre linhas e, tirando a profundidade, defender as costas da defesa – também por isso o 3x4x3 (ou 5x4x1), tendo limitações, como qualquer sistema, é cada vez mais visto como o mais completo, sobretudo no momento defensivo.

O Benfica acabou por marcar dois golos na primeira parte fruto de duas situações específicas e não necessariamente por grande virtude ofensiva.

No primeiro, aos 15’, houve erro do Estoril na saída – mérito de Tomás Araújo com duas antecipações – e um remate em arco de Kokçu, para um grande golo. o lance acabou por fazer o Estoril ruir em dominó – houve ala batido, depois compensação do central, depois compensação do médio e quem acabou por ficar livre foi o médio turco.

Aos 45+2’, o Benfica tinha muita presença ofensiva após um canto e a bola aérea deu cabeceamento de Tiago Gouveia ao segundo poste e finalização também de cabeça de Marcos Leonardo.

Pelo meio, o Estoril marcou aos 22’, num lance em que Guitane arrastou Aursnes para o espaço interior, antes de Heriberto pedir a bola na zona mais aberta que seria do norueguês. Houve iniciativa individual, drible a António Silva e uma defesa incompleta de Trubin a oferecer finalização a Rodrigo Gomes.

Mais Kokçu

De resto pouco há a contar. O Benfica teve alguma dificuldade em fazer a bola chegar a Marcos Leonardo – mal lhe tocou na primeira parte –, apesar de o avançado até ter feito vários movimentos a pedir a bola.

O “funil” montado pelo 5x4x1 do Estoril teria de ser batido com o arrastamento de jogadores, algo que o Benfica pouco conseguiu até ao intervalo.

Mas aos 49’ houve o tal arrastamento. Uma perda de bola do Estoril deixou a equipa “coxa”, com um defensor enganado, e permitiu ao Benfica activar Gouveia entre linhas – bom passe de Kokçu –, porque faltava um homem. Gouveia encarou o adversário e fez um bom remate cruzado para o 3-1. Sem ser excepcional, o Benfica foi muito competente no aproveitamento das oportunidades criadas.

A equipa “encarnada”, utilizando mais os apoios frontais de Marcos Leonardo e a presença de Kokçu em zonas mais ofensivas, começou a criar mais perigo e o Estoril pouco conseguia fazer.

Até ao final tratou-se de gerir, somar algumas oportunidades, e aplaudir Kokçu, que saiu para a ovação. Quando regressar Rafa, o turco deverá voltar a ser médio.

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