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António-Pedro Vasconcelos, o homem que queria tirar o cinema português da "pequenez"
Atrás das câmaras produziu êxitos de bilheteira como Jaime (1999) e Call Girl (2007), à frente delas era vocal sobre as políticas na Cultura e contra a privatização da TAP. A vida em imagens de um cineasta que percebia a realidade primeiro, só depois é que a filmava.
Nascido em Leiria a 10 de Março de 1939, A-PV, petit nom que se tornou senha para os amigos, fez parte da “segunda geração” do Cinema Novo, a par de Alberto Seixas Santos (1936-2016), João César Monteiro (1939-2003) ou José Fonseca e Costa (1933-2015). Numa longa conversa com o PÚBLICO em 2018, a propósito da retrospectiva integral que a Cinemateca Portuguesa então lhe dedicou, lamentava que essa sua geração nunca tivesse cumprido verdadeiramente o seu potencial. Falava, nessa entrevista, das diferenças que já nesse final dos anos 1960 se cavavam dentro da vaga de realizadores que surgiu após a vanguarda de António da Cunha Telles, Fernando Lopes, Paulo Rocha ou Manuel Faria de Almeida. O seu grupo era o “da pastelaria São Remo”, a que pertenciam também o argumentista Carlos Saboga, Seixas Santos e César Monteiro.