Ventura ruma a Sul depois de uma semana a prometer resolver quase tudo no país

Combate à corrupção, imigração, justiça e falta de segurança têm estado sempre presentes no discurso do líder do Chega.

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Presidente do Chega à chegada ao Centro Nacional de Exposições, em Santarém LUSA/ANTÓNIO COTRIM
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Ao fim de uma semana de campanha, André Ventura rumou ao Sul, depois de sete dias quase totalmente a Norte, onde passou por todos os distritos. Uma jornada eleitoral quase sempre entre portas, por opção do líder, com militantes e simpatizantes. Com dois discursos por dia, Ventura falou sobre tudo, apresentando-se como o homem capaz de resolver todos os problemas do país.

Houve, porém, alguns temas que mereceram a sua especial atenção e que foi repetindo ao longo dos dias. O combate à corrupção e o “fim dos tachos” (talvez a frase mais repetida na campanha); a justiça, com especial destaque para a redução dos recursos judiciais; a alegada falta de segurança, que diz ser “uma bandalheira”; e a imigração, que Ventura quer “mais controlada” e com novas regras para os que querem viver e trabalhar em Portugal. Tudo isto reduzido numa frase espalhada pelos cartazes do partido por todo o país: “Portugal precisa de uma limpeza.”

Outra tónica dominante foram os ataques a todos os outros partidos, muitas vezes de forma ofensiva, com destaque para Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, que diz serem iguais. Depois de perceber que o presidente do PSD não quer mesmo nada com ele no período pós-eleições, o presidente do Chega tratou-o ao mesmo nível de todos os outros, apesar de repetir vezes sem conta que acredita que, depois de 10 de Março, haverá uma aliança entre os partidos de direita para governar Portugal.

Ventura não perde uma oportunidade para conseguir o chamado “boneco” para as televisões e na tarde desta segunda-feira, na chegada ao Centro Nacional de Exposições em Santarém, voltou a fazê-lo, conduzindo uma velha furgoneta de 1971 que transporta um cartaz de propaganda do partido.

O líder do Cega não tem trazido à campanha algumas das propostas mais polémicas do seu programa, mas nesta segunda-feira introduziu, pela primeira vez no período oficial, uma delas: a prisão perpétua, embora sem o dizer directamente. Com ele a governar, garantiu, “terroristas, violadores, homicidas nunca mais saem da prisão”.

“Este tipo de crimes não terá piedade. E eu não descansarei enquanto não ficarem na cadeia a vida toda. (…) E acabaram penas suspensas para quem comete este tipo de crimes. Vão apodrecer na cadeia”, disse num almoço-comício, em Santarém.

Esta segunda-feira, o Chega anunciou mais uma arruada, para o dia 5, em Évora, e que se junta às duas já realizadas e à que terá lugar em Lisboa, no dia 8.

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