Sevilha planeia fechar Praça de Espanha e impor entrada paga

Para controlar turismo e arrecadar dinheiro, autarquia propõe fechar a concorrida praça e cobrar bilhete. Governo central e agências de viagens são contra, milhares assinam petições de oposição.

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A Praça de Espanha, em Sevilha Reuters/JON NAZCA
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A Praça de Espanha, em Sevilha CARLOS LOPES
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A Praça de Espanha, em Sevilha CARLOS LOPES
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A Praça de Espanha, em Sevilha Reuters/JON NAZCA
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A Praça de Espanha, em Sevilha Reuters/JON NAZCA
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Se Veneza já avançou com entrada paga para a cidade, eis agora Sevilha a anunciar o projecto de ter uma praça pública com entrada paga.

Segundo os planos da autarquia, a quase centenária praça seria fechada e os visitantes pagariam uma taxa que reverteria para a conservação do conjunto monumental, para a criação de uma escola de cerâmica dedicada à manutenção das obras de arte - uma das grandes atracções da praça são os bancos de cerâmica que representam as províncias do país - e para vigilância 24h/dia, entre outras intenções, adianta o jornal ABC na sua edição Sevilha.

"Não vamos fechar nem privatizar nada, vamos apenas cobrar uma taxa aos turistas como se faz na maioria das cidades do mundo", escreve o presidente da câmara de Sevilha, José Luis Sanz, nas suas redes sociais, sobre a praça que é actualmente um corrupio de turistas e vendedores de bugigangas.

"Os sevilhanos da cidade e da província continuarão com acesso livre e gratuito", acrescenta, salientando que "apenas com o orçamento do município não podemos conservar o nosso património, nem garantir a segurança do monumento".

Segundo monumento mais visitado de Sevilha (a Catedral é o primeiro), a praça construída para a Exposição Ibero-Americana de 1929 prepara-se para uma grande celebração do seu centenário e é mesmo a isso que o autarca apela: "Quero que a Praça de Espanha seja o grande centro da celebração de (20)29 e que chegue aí em perfeito estado".

O autarca vai propor à Direcção-Geral do Património do Estado do Ministério das Finanças e Administrações Públicas, adianta o ABC, a alteração de uso de certas áreas do conjunto monumental de modo a ser possível a cobrança de entrada e uma gestão global.

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Praça de Espanha, Sevilha Carlos Lopes

O edifício principal da praça é ocupado por instituições públicas e do Estado, enquanto o espaço da praça é gerido pela autarquia.

Porém, o Governo espanhol já veio rejeitar o projecto da equipa de Sanz, noticia o jornal El Mundo, adiantando que as Finanças "não colaborarão" com a iniciativa. O Governo "não se vai prestar a privatizar o espaço público", diz María Jesús Montero, ministra das Finanças, "porque essa não pode ser a resposta para o cuidado e preservação" da praça, "uma jóia cultural que pertence a todos".

Sanz diz que caso seja rejeitada a sua proposta, que os cofres municipais precisarão de mais cinco milhões de euros para a manutenção e conservação do local.

Ainda segundo o El Mundo, a praça paga é uma ideia também rejeitada por vários partidos da esquerda (o alcaide é da direita popular, PP; o Governo central é socialista, PSOE) e organizações como a Federação Andaluza de Agências de Viagens.

Entretanto, milhares de cidadãos já fizeram ouvir as suas vozes contra o projecto, com petições online de oposição à praça paga a ultrapassarem já as 20 mil assinaturas.

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