Steve Paxton (1939-2024), o coreógrafo que fez do andar dança
Acreditava que o corpo gosta de se mexer e que qualquer movimento pode transformar-se em dança. Como pensador, criador, intérprete, o seu contributo para esta arte tal como hoje a conhecemos é imenso.
Falava quase sempre devagar, como se precisasse de andar à procura das palavras ou de as pesar. Escolhia-as com cuidado quando conversava sobre o seu trabalho e, mesmo quando era longo o silêncio entre frases ao explicar uma ideia, uma intenção, nem sempre as encontrava. Trocar a palavra dita por gestos era-lhe, por isso, natural e a combinação de ambos fazia das conferências em que partilhava as suas curiosidades (infinitas) e dava a conhecer o seu percurso profissional — 60 anos dedicados à dança, à pesquisa do movimento e ao conhecimento do corpo que se revelaram fundamentais para a dança pós-moderna e contemporânea — um privilégio raro para quem o ouvia.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.