Dançar com Steve Paxton no corpo todo, mas sobretudo na cabeça
Há 12 anos que Jurij Konjar trabalha a partir de Goldberg Variations, solo de Steve Paxton. O norte-americano influenciou profundamente o que este bailarino e coreógrafo esloveno faz, mas também o que é. Vê-lo dançar é um privilégio.
Jurij Konjar andava à procura de algo que lhe parecesse verdadeiro. Tinha sofrido uma lesão e isso levara-o a reequacionar tudo. Estava cansado do sistema de produção mas não estava preparado para deixar de dançar. Steve Paxton e o seu solo Goldberg Variations (1986) — uma hora de improvisação a partir de um conjunto de variações para cravo de Bach interpretado por Glenn Gould ao piano em dois registos históricos de 1955 e 1982 — chegaram na altura certa. O bailarino e coreógrafo esloveno estava num estúdio em Istambul prestes a dançar mais um excerto de peça deste nome fundamental da dança contemporânea que passou os últimos 60 anos a explorar o corpo, a testar e a reflectir sobre as suas possibilidades no palco e na escrita, quando percebeu que não precisava de procurar mais.
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