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Martin Parr diz que “não percebe nada de moda”. Fashion Faux Parr revela o contrário
As fotografias excêntricas que Parr fez ao serviço de marcas e revistas de moda ao longo dos últimos 30 anos foram compiladas em livro. Fashion Faux Parr mantém a assinatura do fotógrafo britânico.
O fotógrafo britânico Martin Parr admite: "Eu não percebo nada de moda", disse ao jornal britânico The Guardian, em 2018. Sabe, no entanto, que a sua popularidade entre as grandes marcas de moda foi aumentando, progressivamente, ao longo das últimas três décadas. Atraídas pelo sentido de humor e assinatura estética característica de Parr, marcas de alta-costura como Balenciaga, Gucci ou Stüssy, e revistas de moda como a Vogue, Vanity Fair ou a Elle, "adoptaram" o fotógrafo da Magnum Photos antecipando o contágio da sua excentricidade.
O livro Fashion Faux Parr, editado recentemente pela centenária Phaidon, compila 250 fotografias inéditas que Parr realizou em vários contextos, desde os bastidores das passarelles, onde supermodelos aguardam a sua vez de desfilar, até às sessões planeadas e cuidadosamente orquestradas pelo fotógrafo. As fotografias são de natureza editorial, comercial, publicitária.
Embora não se identifique como um apreciador de moda ou de alta-costura — Parr reconhece que o seu próprio guarda-roupa é "aborrecido", composto sobretudo por camisas de manga curta e calças chino ou jeans — o fotógrafo aprecia a qualidade efémera do vestuário, "que mais cedo do que tarde se torna datado". Gosta de "coisas de hoje que envelhecem mal". Parr pode crer ser indiferente à moda, ao estilo, no entanto as suas fotografias, cheias de cor e texturas e figuras humanas carismáticas, revelam uma sensibilidade que serve na perfeição o mundo da moda.
O título do livro, que recorre a um trocadilho que remete para um "passo em falso" de Parr, é tudo menos isso. O humor "parriano" está plasmado em cada fotografia e não desilude quem já é apreciador do seu trabalho fotográfico como um todo. "Nas últimas três décadas, a fotografia de moda tem sido tudo menos faux", conclui a editora.