Incêndio em Valência: casal e dois filhos menores entre os dez mortos já encontrados
Uma das crianças é bebé de apenas 15 dias. Peritos da polícia conseguiram entrar no edifício, avaliando dimensão da tragédia. Chamas consumiram edifício residencial de 14 andares esta quinta-feira.
Há uma menina de apenas 15 dias entre as vítimas mortais do incêndio de grandes proporções que afectou um edifício residencial de 14 andares e 138 apartamentos em Valência. A bebé morreu juntamente com o irmão, de três anos, e os dois pais, quatro das dez vítimas desta tragédia. O balanço de vítimas mortais foi actualizado múltiplas vezes esta sexta-feira, com os mais recentes dados a apontarem a existência de pelo menos uma dezena de mortos. Estão ainda por localizar entre nove e 15 pessoas, com os peritos do Laboratório da Polícia Científica a conseguirem finalmente entrar no edifício, de modo a apurar com maior exactidão a verdadeira dimensão da tragédia.
Pelo facto de existir ainda um número grande de pessoas por localizar, as autoridades valencianas acreditam que o número de mortos pode vir a aumentar nas próximas horas. No local está ainda um forte dispositivo de segurança, com dezenas de bombeiros e viaturas destacados para a zona afectada.
As dificuldades em fixar o número exacto de desaparecidos, baseia-se, em grande medida, nos desafios que os familiares sentem para conseguirem localizar os entres queridos: alguns residentes do edifício são estrangeiros e outros não são residentes habituais.
(08:40 h) #IncendioCampanar: La alcaldesa de Valencia @mjosecatala y el presidente @generalitat, @carlos_mazon_ informan de la ÚLTIMA HORA:
— Emergències 112CV (@GVA112) February 23, 2024
??Se confirman 4 personas fallecidas no identificadas
??Entre 9 y 15 personas no localizadas según datos vecinales obtenidos por policía…
Há ainda registo de 15 feridos – sete dos quais são bombeiros –, mas nenhum deles corre perigo de vida.
Citado pelo El País, Jorge Suarez, subdirector-geral das Emergências da Generalitat Valenciana, explicou que, às primeiras horas da manhã desta sexta-feira, ainda que as chamas já tenham sido apagadas, as temperaturas no interior do edifício continuavam muito elevadas, dificultando um avanço mais célere das buscas dos bombeiros e das equipas de socorro.
“Está-se a sobrevoar [o edifício] com drones e gruas e a assegurar a [sua] estabilidade para se perceber em que momento se pode aceder”, explicou Catalá. “Valência vive um momento muito triste.”
Situado no bairro de Campanar, o edifício afectado pelo fogo foi construído em 2005 é composto por dois prédios residenciais, um com 14 andares e outro com dez. Distribuídas pelos 138 apartamentos (11 em cada piso) viviam cerca de 450 pessoas.
Numa altura em que ainda se estão a investigar as causas do incêndio, tudo aponta para que o mesmo tenha começado no quarto andar de um dos prédios.
Em pouco mais de meia hora, as chamas alastraram-se por todo o edifício, nomeadamente pelas placas de alumínio da fachada revestidas de poliuretano, um material que, de acordo com Esther Puchades, vice-presidente do Colégio de Engenheiros Técnicos Industriais de Valência, citada pelo El País, é altamente inflamável.
Os ventos fortes que se faziam sentir naquela cidade de Espanha também contribuíram para o alastramento rápido do fogo pelo edifício, gerando uma enorme coluna de fumo negro.
Pedro Sánchez, presidente do Governo espanhol, visitou esta sexta-feira o local da tragédia. Numa mensagem publicada na quinta-feira no X (antigo Twitter) enquanto ainda estavam a ser apuradas a dimensão dos danos, o chefe do executivo disse estar “consternado” com o “terrível incêndio” em Valência, manifestando a sua “solidariedade a todas as pessoas afectadas”, oferecendo “toda a ajuda que for necessária” por parte do Governo.
Notícia actualizada às 15h09: acrescentada informação sobre novo balanço de vítimas