BE ataca PAN por apoiar PSD na Madeira e Sousa Real diz que foi para travar populismos
Mariana Mortágua foi dura contra a porta-voz do PAN, acusando-a de incoerência e afirmando que não tem confiança no partido. Inês Sousa Real respondeu com as medidas aprovadas no Parlamento.
A coordenadora do BE acusou este domingo o PAN de ser um partido político pouco confiável por ter apoiado um Governo PSD/CDS-PP na Madeira, com a porta-voz do PAN a alegar que o que pretendeu foi travar a ascensão dos populismos.
Num debate cordial na CNN, Mariana Mortágua disse ser complicado compreender como é que o PAN apoiou "o pior governo que o PSD tem para apresentar, que é o Governo da Madeira". A bloquista insistiu no facto de o PAN ter sustentado um Governo madeirense que se caracteriza pela "especulação, construção, destruição ambiental e por projectos imobiliários que não fazem qualquer sentido, como o Dubai Madeira [empreendimento habitacional de luxo que vai nascer na zona oeste do Funchal]".
Além da Madeira, Mariana Mortágua criticou ainda o PAN por ter viabilizado, ao lado do Chega e do PPM, o Orçamento dos Açores para 2023. O orçamento regional foi aprovado a 24 de Novembro de 2022 com 30 votos a favor de PSD, CDS-PP, PPM, IL, Chega, um deputado independente (ex-Chega) e PAN e 27 votos contra, do PS e do BE.
"Não há qualquer coerência, nem uma possibilidade de confiança por parte das pessoas no PAN que tanto apoia um Governo, como apoia outro, e governos da pior direita que temos", ressalvou.
Na resposta, Inês Sousa Real justificou esse apoio com o facto de ter de ser desígnio de todas as forças políticas democráticas travar a extrema-direita e não permitir que ascenda ao poder. "Este foi o exercício que o PAN demonstrou: que a população não tem de estar refém nem de maiorias absolutas, nem do medo do voto em função do que possa ser o crescimento da extrema-direita", sublinhou.
Inês Sousa Real vincou que o PAN foi o partido da oposição que mais tem feito aprovar medidas, ao contrário do BE que foi quem abriu a porta à actual instabilidade política quando, em 2021, não permitiu que o Orçamento de Estado fosse discutido na Assembleia da República. O PAN tem conseguido avanços de causas e compromisso sem renunciar aos seus valores, reforçou.