Pirenéus franceses a nu, sem o lençol branco de neve

Temperaturas de Inverno mais elevadas do que o normal despiram a região dos Pirenéus franceses. Algumas estâncias de esqui suspenderam a actividade e outras desisitiram, dando a época por encerrada.

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Imagem obtida por um dos satélites Copernicus Sentinel-2 mostra a estação de esqui de Gavarnie-Gèdre, nos Pirenéus franceses, a 30 de Janeiro União Europeia, Copernicus Sentinel-2 imagery
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"Tal como muitos outros países da Europa, a França registou um Janeiro invulgarmente quente, com temperaturas acima dos 0ºC na região dos Pirenéus franceses e, consequentemente, com falta de neve na zona. Algumas estâncias de esqui fecharam temporariamente devido à ausência quase total de neve, enquanto outras encerraram a época de esqui deste ano. Esta situação terá um impacto na economia local, que depende fortemente do turismo de Inverno", lê-se na na nota de imprensa divulgada esta quarta-feira pelo Copérnico, programa europeu de monitorização do clima e da atmosfera.

Os especialistas escolheram para a "imagem do dia" uma fotografia obtida por um dos satélites Copernicus Sentinel-2 mostra a estação de esqui de Gavarnie-Gèdre, nos Pirenéus franceses, a 30 de Janeiro. Esta estação de esqui, adiantam, permanecerá provisoriamente encerrada devido à falta de neve.

A situação de anomalia das temperaturas em Janeiro, invulgarmente quente, na Europa está a afectar outros locais. As outrora populares pistas de esqui de Dent-de-Vaulion, nas montanhas suíças do Jura, estão agora desertas, uma vez que o tempo invulgarmente ameno afastou os entusiastas dos desportos de Inverno e forçou o encerramento de estâncias de esqui em todo o país.

A Suíça, um dos principais destinos de esqui, está a aquecer a uma taxa duas vezes superior à média global, em parte porque as suas montanhas retêm o calor, segundo um relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (IPCC).

"O satélite Copernicus Sentinel-1 utiliza imagens de radar para captar imagens da superfície da Terra, mesmo na presença de nuvens ou escuridão. Estas imagens permitem cartografar e seguir as alterações na cobertura de neve e gelo, incluindo a extensão dos glaciares, do gelo marinho e da cobertura de neve em terra", refere o comunicado, acrescentando que "o Sentinel-2 e o Sentinel-3 também fornecem imagens multiespectrais de alta resolução utilizadas para cartografar a cobertura de neve e gelo".

Assim, justificam, ao monitorizar a cobertura de neve e gelo ao longo do tempo, os cientistas podem compreender melhor os efeitos das alterações climáticas e de outros factores ambientais nestes importantes ecossistemas, enquanto os serviços públicos podem estimar a produção potencial futura de energia hidroeléctrica, por exemplo.