A perigosa ruína do equilíbrio dos poderes

É arriscado e impopular, perigoso até, discutir a acção da Justiça quando em causa estão suspeitas de corrupção na política. Mas pior é assistir a tudo o que se está a passar como se nada se passasse.

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Alguém já deu conta da campanha eleitoral em curso? Entre Novembro e Janeiro, as investigações do Ministério Público (MP) derrubaram um primeiro-ministro. Um presidente de um governo regional. Ministros. Anularam o debate sobre as opções dos partidos para o futuro do país. Levaram políticos com ficha limpa a afastar-se das suas carreiras. E criaram um clima difuso de ansiedade, dúvida, temor e suspeição. Vivemos um “momento perigoso”, como reconhece o juiz Manuel Soares num texto que devia ser lido e decorado, quer pelos que têm a responsabilidade de fazer as leis, quer pelos agentes da Justiça que as aplicam.

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