Mercedes confirma Lewis Hamilton na Ferrari a partir de 2025

Piloto britânico vai ser reforço da Ferrari no próximo ano. Mercedes, com a qual tinha renovado contrato, confirmou a mudança, a um mês do arranque da temporada.

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Lewis Hamilton troca a Mercedes pela Ferrari em 2025 EPA/STR
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Lewis Hamilton cumprirá em 2024 a última temporada na Mercedes, equipa que representou durante onze anos e ao serviço da qual conquistou seis Mundiais de pilotos de Fórmula 1. Tudo porque ficou confirmado, nesta quinta-feira, que irá mudar-se para a Ferrari a partir de 2025, onde formará equipa com o monegasco Charles Leclerc.

O dia arrancou com informações de que a “transferência” mais badalada dos últimos anos, no mundo automóvel, poderia confirmar-se até ao final desta semana, mas foi preciso apenas um par de horas para que as duas escuderias envolvidas na operação oficializassem a mudança de cores de um dos pilotos mais conceituados do pelotão.

Toto Wolff, director da Mercedes, sublinhou com orgulho o sucesso alcançado por Hamilton na construtora alemã, garantindo que o piloto inglês preencherá para sempre uma das mais importantes páginas da história da escuderia. “Sabíamos que este dia chegaria, o que se confirmou agora. Aceitamos a decisão de Lewis de procurar um novo desafio. Mas antes, ainda temos um ano e estaremos focados para conseguir um 2024 forte”, assinalou.

Lewis Hamilton tinha assinado, em 2023, um contrato de dois anos com a Mercedes, mas o último era de carácter opcional, o que deixava em aberto a possibilidade de mudar de ares. De resto, não foi a primeira vez que a Ferrari demonstrou interesse no piloto inglês. Já tinham existido abordagens noutras alturas, mas Lewis Hamilton foi sempre considerando que a Mercedes lhe oferecia melhores condições.

O panorama mudou substancialmente nas últimas três temporadas, porém, com o construtor alemão a ser ultrapassado na hierarquia da Fórmula 1 por uma Red Bull em trajectória ascendente — em 2023, Hamilton terminou no terceiro lugar do campeonato, com menos de metade dos pontos do campeão, o neerlandês Max Verstappen.

Através das plataformas de comunicação da Mercedes, Lewis Hamilton destacou os “onze anos maravilhosos” vividos na equipa germânica e o orgulho por tudo o que conquistaram juntos, lembrando que a equipa faz parte da sua vida desde os 13 anos: “É o sítio onde cresci, pelo que tomar a decisão de partir foi uma das mais difíceis da minha carreira. Mas este é o momento certo para dar um novo passo e estou entusiasmado por assumir um novo desafio”, explicou, deixando uma palavra de agradecimento eterno à Mercedes.

O timing do acordo parece, todavia, ter surpreendido o próprio Toto Wolff, que, de acordo com a imprensa italiana, não se encontrava sequer no Reino Unido, nesta quinta-feira, e teve de comunicar a decisão à equipa por videoconferência, ao início da tarde, antes de a tornar pública.

Após a divulgação da notícia da transferência de Lewis Hamilton, as acções da Ferrari subiram mais de 10%, atingindo um recorde na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Mas a formação italiana foi bastante lacónica na forma como abordou o tema, limitando-se a deixar uma frase no site oficial: “A escuderia Ferrari tem o prazer de anunciar que Lewis Hamilton irá juntar-se à equipa em 2025, num contrato plurianual”.

Para a entrada de Hamilton no elenco, abre-se a porta de saída ao espanhol Carlos Sainz (que já confirmou o adeus através das redes sociais), quatro anos depois de ter chegado, até porque o monegasco Charles Leclerc assinou, há cerca de uma semana, uma extensão de contrato que deverá mantê-lo em Maranello até 2026.

Aos 39 anos, Lewis Hamilton procura sacudir a carreira, que parece ter estagnado nas últimas épocas. O último triunfo remonta ao Grande Prémio da Arábia Saudita de 2021 e desde então que a Mercedes tem evidenciado claras dificuldades em aproximar-se dos padrões da Red Bull.

Esta mudança brusca de direcção vem redesenhar o mercado da Fórmula 1 e contribuir para uma agitação que há muito não se via. Nigel Mansell, que representou a Ferrari em 1989 e 1990, acredita que poderá ter um impacto positivo: “Creio que será fantástico para os fãs. É incrivelmente dinâmico. Julgo que o Lewis provavelmente terminará a carreira na Ferrari. Será um sonho para ele, imagino eu”, afirmou, em declarações à BBC Sport.

Já a questão do cartão de cidadão é particularmente sensível para Mansell, ou não tivesse ele próprio conquistado um título mundial com 39 anos (com a Williams, em 1992). “Eu até poderia ter continuado, mas depois houve política pelo meio. Se o Lewis estiver motivado, ainda terá vários anos pela frente”, vaticinou.

A época de 2025, no entanto, ainda está a mais de um ano de distância. Até lá, será possível perceber qual a tendência do pelotão: de consolidação da afirmação da Red Bull, que tem estado intratável, ou de aproximação mais séria e consistente da concorrência. A verdade é que, dentro de um mês, arranca o Mundial 2024 e todas as baterias estarão apontados para o campeonato.

Para que não restem dúvidas sobre o propósito único de Lewis Hamilton nos próximos meses, o futuro reforço da Ferrari foi peremptório: “Estou comprometido a cem por cento para conseguir o melhor desempenho em 2024, no meu último ano na Mercedes, que espero que seja memorável”. com Nuno Sousa

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