Open da Austrália. Jannik Sinner ressuscita e conquista primeiro título do Grand Slam

Daniil Medvedev volta a perder uma final do Open da Austrália após ganhar os dois primeiros sets.

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Jannik Sinner venceu partida Reuters/ISSEI KATO
O italiano Jannik Sinner
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Jannik Sinner venceu partida EPA/JOEL CARRETT
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Medvedev é o número três mundial EPA/JAMES ROSS
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Jannik Sinner Reuters/ISSEI KATO
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Na sua primeira final de um major, Sinner, de 22 anos, impôs-se a Medvedev Reuters/CIRO DE LUCA
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Embate durou três horas e 44 minutos Reuters/TRACEY NEARMY
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Jannik Sinner venceu partida EPA/MAST IRHAM
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Jannik Sinner e Daniil Medvedev cumprimentam-se Reuters/ISSEI KATO
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Quando Daniil Medvedev liderava a final do Open da Austrália por 6-3, 6-3, 4-4, Jannik Sinner dirigiu-se à sua equipa técnica e declarou: “Estou morto”. Dois jogos depois, o italiano ganhava o terceiro set e iniciava uma recuperação incrível que o levou a conquistar o seu primeiro título do Grand Slam. Um título aguardado devido ao excelente ténis que Sinner tem exibido nos últimos meses, mas que Medvedev colocou em dúvida com um início de encontro de elevado nível. Só que as mais de 24 horas passadas no court ao longo da quinzena começaram a pesar nas pernas e no braço do russo e, ao fim de três horas e 44 minutos, Sinner conquistou o primeiro título do Grand Slam na sua primeira presença em finais de torneios deste nível, derrotando Medvedev, por 3-6, 3-6, 6-4, 6-4 e 6-3.

Sinner conquistou o primeiro título do Grand Slam na sua primeira presença em finais de torneios deste nível, ao derrotar Medvedev, por 3-6, 3-6, 6-4, 6-4 e 6-3, ao fim de 3h44m. O russo de 27 anos dispôs de um break-point a 3-3 do quarto set, anulado por um ás de Sinner, mas as mais de 24 horas passadas no court ao longo da quinzena começaram a pesar nas pernas e no braço e, a 2-3 do quinto set (e com mais de três horas e meia de jogo), cedeu, fatalmente, o serviço.

Ao concretizar o primeiro match-point, Sinner tornou-se no terceiro italiano a conquistar um título major (e o primeiro na Austrália), sucedendo a Nicola Pietrangeli, campeão em Roland Garros em 1959 e 1960, e Adriano Panatta, vencedor do mesmo torneio em 1976.

Aos 22 anos, é o mais jovem tenista a erguer a Norman Brookes Challenge Cup desde 2008 – quando Novak Djokovic conquistou o seu primeiro major, com 20 anos.

“Desejava que todos tivessem os pais que eu tenho, porque deixaram-me sempre escolher o que queria fazer, mesmo quando era mais novo. Pratiquei outros desportos e eles nunca colocaram pressão sobre mim e gostava que tantas crianças quanto possível tivessem esta liberdade”, afirmou o primeiro campeão do Open desde 2014 que não pertence ao Big 3 (Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal).

“Saí de casa quando tinha 14 anos, por isso, tive que crescer rapidamente, cozinhar para mim, lavar a roupa. Para mim foi difícil, mas para os pais deixarem o filho com 14 anos também não é fácil. Nunca me pressionaram, o que, para mim, talvez seja a chave de estar aqui hoje. São os pais perfeitos. E também o meu irmão, trouxe-me honestidade ao longo de toda a minha carreira”, revelou mais tarde o vencedor da primeira final do Open da Austrália desde 2005 sem a presença do Big 3.

Além dos pais, a assistir desde o Tirol, Sinner estendeu os agradecimentos à equipa técnica… por o aturar. “Ainda sou um pouco novo, às vezes, mas é o que é”, brincou o número quatro do ranking mundial. Sinner confirmou ser o melhor tenista do momento; o italiano terminara 2023, conduzindo a Itália à conquista da Taça Davis pela primeira vez desde 1976 e derrotando Djokovic, líder da tabela ATP, por duas vezes no espaço de uma semana.

“Nos dois últimos anos, comecei a conhecer melhor o meu corpo, a minha equipa e esse foi um passo muito importante para mim. No ano passado, tentámos obter mais alguns resultados, em Indian Wells, Miami, fiz meia-final e final, depois as meias-finais em Wimbledon e isso me fez-me acreditar que posso competir contra os melhores jogadores do mundo. Há sempre pressão, mas a pressão é algo bom, é um privilégio, não? Eu gosto de dançar na tempestade da pressão, porque, na maioria das vezes, é quando jogo o meu melhor ténis. Fico também bastante relaxado nessas alturas porque tento sempre desfrutar no court”, afirmou o sexto tenista a ganhar uma final do Grand Slam depois de ceder os sets iniciais – imitando Bjorn Borg, Ivan Lendl, Gaston Gaudio e Dominic Thiem.

Sinner começou a acreditar quando quebrou o russo pela primeira vez e recuperou de 1-5 no segundo set. Medvedev dispôs de um break-point a 3-3 do quarto set, anulado por um ás de Sinner, que ao fechar a partida tomou o ascendente. E, a 2-3 do quinto set (e com mais de três horas e meia de jogo), o russo de 27 anos cedeu, fatalmente, o serviço e acabou por sair da Rod Laver Arena como o primeiro tenista a perder duas finais do Grand Slam após liderar por dois sets a zero – depois da memorável final “australiana” de 2022, frente a Rafael Nadal, poucos meses depois de conquistar o primeiro major, no US Open.

“Às vezes, a decepção vem mais tarde; depois da derrota com Nadal, acabei por fazer a pior época de sempre. Será que hoje estive mesmo perto de ganhar? Não estive longe, mas pelo menos tenho razões para estar na história do ténis”, ironizou o primeiro tenista a disputar quatro encontros em cinco sets na prova australiana.

A final foi o 35.º encontro do quadro de singulares masculinos decidido num quinto set, igualando o recorde em Grand Slams na Era Open (US Open de 1983).

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