Accionistas do Global Media disponíveis para “retomar controlo da empresa”

Marco Galinha e restantes accionistas elogiam resiliência dos trabalhadores, mostrando-se disponíveis para assumir controlo do Global Media Group.

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Marco Galinha foi ouvido na Assembleia da República Nuno Ferreira Santos
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Marco Galinha tinha prometido publicamente “fazer tudo para recuperar” o Global Media Group (GMG) e, poucas horas depois, os accionistas do grupo dizem agora estar disponíveis para “retomar o controlo da gestão da empresa”. Num comunicado assinado pelos accionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, os empresários responsabilizam a gestão indicada pelo fundo World Opportunity pela “insustentável situação” que os trabalhadores atravessam, considerando “inaceitáveis” as pressões exercidas junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Os accionista agendaram agora uma reunião para discutirem uma solução para o grupo.

Este comunicado surge após mais dois pedidos de demissão de dois administradores do GMG. Já ao final da noite desta quinta-feira, Filipe Nascimento e Paulo Lima de Carvalho denunciaram a asfixia financeira e o incumprimento de promessas, adiantando não terem condições para continuarem no conselho de administração e comissão executiva. Agora, o presidente do conselho de administração, Marco Galinha, avança à TSF a intenção de “fazer tudo para recuperar” o GMG, detentor de, entre outros títulos, do Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN), O Jogo e a TSF.

“Ainda hoje [sexta-feira] vamos fazer um comunicado, para responder a tudo isto. Vamos fazer tudo para recuperar a empresa juntamente com os sócios antigos”, adiantou o empresário à rádio, uma das empresas afectadas pela situação no GMG. Com “sócios antigos”, Marco Galinha refere-se a Kevin Ho, Armando Mendes Ferreira e José Pedro Soeiro, sócios minoritários do grupo. Soeiro reúne 20% do capital da empresa e o empresário Kevin Ho detém 29%.

As demissões dos dois administradores seguiram-se a um comunicado assinado por José Paulo Fafe, presidente da comissão executiva do Grupo Global Media, em que o responsável revelou que o World Opportunity Fund (WOF), fundo sediado nas Bahamas proprietário do GMG, anunciou “a sua indisponibilidade” para pagar salários. A transferência dos vencimentos apenas ocorrerá quando for conhecida a decisão da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) num processo sobre o grupo, bem como o levantamento da providência cautelar de arresto anunciada por Marco Galinha.

Após uma reunião em plenário, os trabalhadores do JN e d’O Jogo decidiram avançar com a suspensão dos seus contratos de trabalho por falta de pagamento dos salários. A redacção do JN acusou a comissão executiva do GMG de “mais um acto de terrorismo”, referindo-se à decisão de prolongar por tempo indeterminado o incumprimento salarial. Muitos trabalhadores do grupo ainda não receberam o salário de Dezembro e o subsídio de Natal, prevendo-se agora mais um mês sem receber.

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