O que vestiu a nova rainha da Dinamarca? Os detalhes e simbolismo do vestido de Mary

Mary Donaldson, a primeira rainha australiana, é conhecida pela sua elegância e no dia de sucessão ao trono não foi excepção. Soeren Le Schmidt foi o criador eleito para desenhar o primeiro vestido.

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Frederik e Mary acenam aos 100 mil dinamarqueses junto ao palácio de Christiansborg Reuters/RITZAU SCANPIX DENMARK
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A fotografia do beijo Reuters/RITZAU SCANPIX DENMARK
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O vestido da rainha é assinado por Soeren Le Schmidt EPA/NIKOLAI LINARES
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Os reis com os filhos Christian, Isabella, Vincent e Josephine Reuters/RITZAU SCANPIX
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Frederik não conteve a emoção Reuters/RITZAU SCANPIX DENMARK
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Os reis à saída de Christiansborg Reuters/RITZAU SCANPIX
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A festa nas ruas de Copenhaga Reuters/RITZAU SCANPIX
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O Palácio de Christiansborg EPA/THOMAS TRAASDAHL
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A festa nas ruas de Copenhaga EPA/MADS CLAUS RASMUSSEN
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Estiveram nas ruas cerca de 100 mil pessoas Reuters/RITZAU SCANPIX DENMARK
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Foi com um beijo romântico que os novos reis da Dinamarca, Frederik X e Mary, selaram o momento de ascensão ao trono ao som dos gritos vindos das mais de 100 mil pessoas junto ao Palácio de Christiansborg, em Copenhaga. A nova rainha irradiava felicidade e o que vestiu não passou despercebido. Seguindo a tradição, Mary vestiu-se de branco e elegeu, claro, um criador dinamarquês.

Foi Soeren Le Schmidt o criador eleito pela nova rainha da Dinamarca para um dos dias mais importantes da sua vida. Neste domingo, Mary Donaldson tornou-se a primeira australiana a ser rainha e a família não escondeu a felicidade no momento em que subiu à varanda para acenar aos dinamarqueses — Frederik X até deixou cair uma lágrima.

Como é seu apanágio, Mary primou pela elegância e discrição num vestido branco de corte impecável, que gerou burburinho mal o público teve oportunidade de a ver pela janela do carro a sair de Amalienborg, ao início da tarde deste domingo. “Para além de grato. Obrigada por me terem escolhido”, escreveu o criador Soeren Le Schmidt no Instagram.

Mais tarde, em declarações à revista Vogue Scandinavia, dizia-se “muito honrado, feliz e orgulhoso e não menos grato por ter sido convidado a desenhar este vestido em particular”. E sublinhou: “O primeiro vestido que a rainha Mary usaria sob o seu novo título de rainha — um vestido para os livros de história — significa muito. Estou muito comovido.”

O vestido histórico — de lã e viscose para manter a rainha quente — cumpriu o propósito de ser simultaneamente discreto e pomposo, com toque de realeza, mas moderno. O corte em A é um clássico, mas Soeren Le Schmidt arriscou, sobretudo na parte superior do vestido, com um decote redondo com um ligeiro drapeado que termina com uma discreta capa sobre o ombro — uma grande tendência do vestuário formal nos últimos anos. Para rematar, um cinto branco com uma jóia da coroa.

A cor escolhida também não ficou ao acaso. Branco não só é parte da bandeira dinamarquesa, como também simboliza integridade e moralidade. Ademais, é uma cor utilizada por rainhas no dia da coroação ou proclamação, como Camila de Inglaterra, em 2023, ou Letizia de Espanha, em 2014.

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Reuters/RITZAU SCANPIX

A relação entre Mary e Soeren Le Schmidt — conhecido pela alfaiataria imaculada com um toque de sustentabilidade — não é nova. Em 2023, foi o mesmo criador a assinar o vestido que a rainha usou para a coroação de Carlos III. Há também outra ligação antiga nesta criação: o vestido foi feito pela mesma costureira que executou o vestido de casamento de Mary, assinado por Uffe Franke, em 2004.

Nas jóias, os detalhes também não ficaram ao acaso e foi escolhido um conjunto de rubis repleto de história, que pertenceu à avó de Frederik, a rainha Ingrid. “As cores da Dinamarca são vermelho e branco, então um lindo vestido branco adornado com os brincos e um alfinete de peito [usado no cinto] do conjunto de rubis pareceu a escolha certa”, faz notar o designer.

No peito de Mary, outro pormenor que não passou despercebido: uma medalha com a fotografia de Margarida II rodeada de pérolas e cruzes maltesas em diamantes. A peça em questão — Ordensportrættet, em dinamarquês — já tinha sido usada pela própria rainha Margarida no passado numa fotografia com o seu pai, o rei Frederico IX.

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Margarida II e Frederik X RITZAU SCANPIX/Reuters

Margarida II e as netas

Enquanto a nova rainha foi a protagonista do dia, Margarida II adoptou uma postura mais discreta e, consoante planeado, deixou o Palácio de Christiansborg logo após assinar a declaração de abdicação, dizendo “Deus salve o rei”. Em consonância com a simplicidade da cerimónia — bem menos pomposa do que a coroação britânica —, a rainha emérita também apostou na simplicidade no que vestiu.

E Margarida não se importou de repetir o coordenado: um fato rosa que já tinha utilizado durante as celebrações do jubileu de Ouro, em 2022, quando assinalou os 50 anos de reinado. De acordo com a imprensa dinamarquesa, os brincos usados remetem para o seu marido, o príncipe Henrique, que os terá oferecido à rainha em 1990.

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Frederik e Mary com os quatro filhos: Christian, Isabella, Josephine e Vincent THOMAS TRAASDAHL

Também as netas, filhas de Frederik X, apostaram na máxima da sustentabilidade. Josephine, de 13 anos, a mais nova dos quatro filhos, usou um casaco azul-marinho da Prada que pertence ao guarda-roupa da própria rainha Mary — uma homenagem à mãe.

Já Isabella, de 16 anos, elegeu um vestido/casaco vermelho da Carolina Herrera com um alfinete de peito de pérolas e diamantes que pertenceu à avó de Margarida II, a rainha Alexandrina, e que fez parte da herança da antiga soberana. Em 2007, Margarida ofereceu-o à neta no seu baptismo.

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