Sérgio Conceição: “Reinventar faz parte, os treinadores são pagos para isso”

Com maior fluidez no ataque e com a baliza novamente a “zeros”, Sérgio Conceição elogiou exibição da equipa. FC Porto venceu Sp. Braga por 2-0 e não deixou fugir rivais na luta pelo título.

Foto
LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO
Ouça este artigo
00:00
03:17

O FC Porto estava obrigado a triunfar este domingo e os jogadores responderam afirmativamente às ordens de Sérgio Conceição. Os "dragões" venceram o Sp. Braga por 2-0, conseguindo evitar novo atraso perante os principais rivais na luta pelo título. Sporting e Benfica venceram os respectivos jogos da 17.ª jornada, com os portistas a manterem a diferença em cinco pontos para os "leões" e quatro para as "águias".

"Trabalhámos bem como equipa, fomos uma equipa sólida. Foi o mesmo onze [do jogo passado frente ao Estoril], mas com nuances ligeiramente diferentes. Sabemos da capacidade do Sp. Braga no seu processo ofensivo, acho que conseguimos bloquear o jogo exterior", começou por dizer o técnico portista. Classificando a defesa como "humilde e rigorosa", Sérgio Conceição diz que a maior fluidez e criatividade no ataque agrada também aos jogadores, que "desfrutam" mais em campo. "Mas desfrutar não é malabarismos, mas sim rigor e concentração", deixa claro o técnico.

A capacidade de ganhar a maioria dos duelos é, também, uma das chaves do sucesso da equipa nos últimos jogos, considera Sérgio Conceição, sublinhando que é o grupo de trabalho – e não "o onze" inicial – a vencer os jogos. Na sétima época ao serviço do FC Porto, o técnico rejeita que estas alterações simbolizem o início de uma "nova era Conceição" no Dragão.

"Já tive tantas equipas e coisas que trabalhámos de forma diferente. Reinventar faz parte, os treinadores são pagos para isso", ironiza. As alterações ao longo da época são, afinal de contas, naturais. E, no caso do FC Porto, forçadas pelas competições internacionais que "roubaram" jogadores no mês de Janeiro.

"Começámos a época com 60 jogadores, 30 mais 30 da equipa B. Para aquilo que é a evolução dos jogadores, com pouco espaço e activos no clube, temos de ver o que podemos fazer para terem minutos e evoluírem na carreira. Não me importava nada de ter aqui o Taremi e o Zaidu, mas tem de ser".

"Não fomos capazes de impor o nosso jogo"

Este é o terceiro jogo sem vencer para os bracarenses, depois da derrota frente ao Benfica para a Taça de Portugal e do empate caseiro frente ao V. Guimarães. O Sp. Braga fica agora a dez pontos do Sporting, fosso considerável na viragem da primeira volta.

"O Sp. Braga é candidato a ganhar o próximo jogo em Famalicão", resume Artur Jorge, questionado sobre se a diferença pontual é suficiente para dizer que está arredado da luta pelo título.

"Para além daquilo que é o resultado, não fomos capazes de impor o nosso jogo. Sofremos um golo demasiado cedo para tentar estabilizar a equipa, consequência disso foi a instabilidade na primeira parte nos momentos com bola. Quando assim é, fica sempre mais difícil, até porque a segunda parte não foi diferente disto", explica Artur Jorge.

O técnico diz que as mudanças tácticas do FC Porto não surpreenderam o Sp. Braga, sublinhando que os "dragões" usaram exactamente o mesmo "onze" frente ao Estoril. "A diferença do que vimos para o modelo mais habitual é a perda do Taremi", explica, adiantando que não houve qualquer diferença na preparação deste jogo. O momento negativo é, contudo, inegável.

"O estado anímico depois de uma derrota é sempre de desilusão. Temos de olhar para dentro para perceber o que temos de fazer para ser diferente", resume Artur Jorge.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários