Novo espectáculo imersivo ressuscita Elvis com hologramas e IA

Depois dos Abba, Kiss ou Tupac, é a vez de o rei do rock protagonizar um concerto com imagens inéditas das suas actuações e vida. É em Londres, em Novembro, mas ainda não há local revelado.

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Elvis Presley no espectáculo Aloha from Hawaii em 1973 ELVIS PRESLEY ENTERPRISES LLC/Reuters
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"Imersivo” foi um dos termos mais usados na cultura em 2023 para descrever espectáculos e exposições, dos Abba a Van Gogh. Agora, e com o outro termo quente do momento a ajudar – a inteligência artificial –, é a vez de Elvis Presley. O rei do rock vai ressuscitar, prometendo-se até imagens inéditas, em Elvis Evolution, uma “experiência de concerto imersiva” que vai devolver o autor de Heartbreak Hotel aos palcos. Primeiro em Londres, em Novembro, seguindo-se datas em Las Vegas, Tóquio e Berlim.

Elvis Evolution é promovido pela Layered Reality, uma empresa britânica de entretenimento imersivo, e pelos gestores do legado de Presley, o Authentic Brands Group. “É uma homenagem à lenda musical que é Elvis Presley, usando tecnologia de ponta”, diz em comunicado, citado pelo diário britânico The Guardian, Andrew McGuiness, presidente da empresa responsável por outros espectáculos do género como A Guerra dos Mundos ou A Conspiração da Pólvora. Entre 2022 e 2023, o sucesso de Abba Voyage, espectáculo em que avatares dos quatro músicos suecos actuam na sua melhor versão de 1979, mas em 2023 e em Londres, provou o apelo deste tipo de iniciativa. Venderam-se mais de 1,3 milhões de bilhetes.

“As pessoas mundo fora já não querem sentar-se e receber o entretenimento de forma passiva – querem fazer parte dele”, continua o promotor, certo de que o espectáculo será imperdível para os fãs de Elvis, que poderão “caminhar com os seus sapatos”. Não refere se serão de camurça azul, mas acrescenta-se no anúncio que o espectáculo terá associado um bar e restaurante temáticos em que actuarão DJ e onde haverá espaço para concertos.

Em Elvis Evolution, o músico “fará actuações de momentos icónicos da história da música” e inclui uma versão de tamanho real de Presley que misturará hologramas, realidade aumentada, teatro ao vivo, efeitos especiais multi-sensoriais e inteligência artificial. A fonte para todas estas imagens são milhares de fotografias e vídeos de Elvis, que os gestores do seu legado cederam, para criar a amálgama que será Elvis Evolution. Nela, os espectadores vão visitar Graceland, a mítica mansão de Presley em Memphis, ou a sua cidade natal no Mississippi, mas também Las Vegas, onde viveu momentos-chave da sua carreira.

A notícia está a mostrar ser irresistível para alusões várias à teoria da conspiração de que Elvis Presley na verdade não morreu e que este é o seu regresso à vida, assinalando-se também que faria 89 anos no próximo dia 8. A sua vida tem sido profusamente escalpelizada a partir de diferentes pontos de vista: Baz Luhrmann realizou em 2022 o seu biopic e Sofia Coppola apresentou no ano passado a sua versão da história da sua mulher, Priscilla (estreia-se em Portugal a 7 de Março), por exemplo, além da série de animação Agent Elvis (2023), co-criada por Priscilla Presley, ou da comédia Elvis & Nixon (2016), de Liza Johnson, fora os muitos livros sobre o ícone do rock ’n’ roll.

Elvis Presley é um dos maiores nomes da história da música e morreu em 1977 aos 42 anos. O local onde terá lugar o primeiro espectáculo ainda não foi revelado.

Além de Abba Voyage e da recriação dos membros do grupo rock Kiss também em versão digital durante a sua digressão de despedida, o uso de hologramas e de imagens virtuais para ressuscitar ou recriar momentos e figuras emblemáticas da história da música tem já uma boa década de história. A “aparição” de Tupac Shakur, assassinado em 1996, no festival de Coachella em 2012 ao lado de Dr Dre e Snoop Dogg foi uma espécie de abertura de comportas que tem permitido experiências cada vez mais digitais, mas ao mesmo tempo vívidas em torno de grandes nomes da música ou das artes. Elvis Evolution promete precisamente “esbater as fronteiras entre realidade e fantasia” e que o espectador sentirá “que estava mesmo lá”, nos espaços outrora pisados pelo intérprete de Hound Dog, Love Me Tender ou Suspicious Minds.

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