Quando não há chaminé, como consegue o Pai Natal entrar?
Ao mistério de como é que o Pai Natal desce pela chaminé junta-se o de saber qual a forma de entrar nas casas em que esta nem sequer existe. Um livro divertido e bom para ser explorado em família.
A pergunta inicial vem logo no título, “como é que o Pai Natal desce pela chaminé?”, a que se seguem outras: “Como é que ele faz? Como é que funciona?”
Depois, dão-se alguns palpites: “Será que aperta mais o cinto? Ou fica pequenino como um rato? Ou estica-se como plasticina e faz entrar uma perna de cada vez?” A possibilidade de se transformar em fogo também é sugerida, mas logo abandonada, “é pouco provável”.
Em seguida, fica a dúvida sobre se entra de cabeça, com os pés ou de outra maneira… Esta última hipótese é ilustrada de forma divertida, vendo-se o Pai Natal a aterrar de rabo na chaminé.
A brincadeira prossegue, envolvendo empurrões de renas, fuligem e até a lavagem de roupa antes de prosseguir viagem. Gostámos de saber que, durante a espera, o Pai Natal lê um jornal. (Todos os leitores são bem-vindos.)
Com uma boa dose de absurdo e criatividade, Como É Que o Pai Natal Desce pela Chaminé? possibilitará momentos de humor e imaginação em família. Decerto que as crianças terão muitos mais palpites para sugerir sobre o método usado para entregar presentes em cada casa.
Mac Barnett é um autor norte-americano que vive na Califórnia e está traduzido para mais de 30 línguas. Na Orfeu Negro, assina Mas Porquê (ilustração de Isabelle Arsenault), a trilogia das formas — Triângulo, Quadrado, Círculo —, O Lobo, o Pato & o Rato e Uma Aventura Debaixo da Terra, estes últimos ilustrados por Jon Klassen, que também o acompanha neste livro do Pai Natal.
O sentido de humor, o conhecimento de como pensam as crianças e a não apresentação de soluções únicas e fechadas para um mundo absurdo fazem com que Mac Barnett tenha grande aceitação junto dos pequenos leitores — e dos grandes. Razão pela qual já vendeu mais de 4 milhões de exemplares em todo o mundo e foi premiado nos EUA, na Alemanha, em Itália e na China.
A trilogia das formas foi entretanto convertida numa série de animação em stop-motion para a Apple TV+, com o nome Shape Island.
O êxito dos chapéus de Jon Klassen
Jon Klassen, que aqui surge como ilustrador, é também escritor e realizador de animação. Natural do Canadá, estreou-se como autor de texto e imagem com o livro Quero o Meu Chapéu, tendo sido de imediato eleito pelo The New York Times como um dos 10 Melhores Livros Ilustrados do ano de 2012.
Um outro título, Este Chapéu Não É Meu, foi premiado com as medalhas Caldecott e Kate Greenaway. A série sobre chapéus fica concluída com Achámos Um Chapéu.
Em 2013, ilustrou o livro O Escuro, que o The New York Times elegeu como Melhor Livro Ilustrado daquele ano. Outras obras editadas em Portugal: A Caveira, Uma Pedra Cai do Céu, A Casa Suspensa nas Árvores.
Neste livro-álbum sobre a misteriosa forma de o Pai Natal conseguir entrar nas casas, une-se o sentido de humor e a ironia de ambos os autores, resultando numa breve paródia que pode alegrar a noite de Natal. Outras noites também.
Boas Festas!