Príncipe Harry vence caso contra Mirror e recebe indemnização de mais de 150 mil euros

“Nos casos em que houve irregularidades históricas, pedimos desculpas sem reservas, assumimos toda a responsabilidade e pagamos as devidas indemnizações”, reagiu o grupo editorial.

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Harry testemunhou em Junho no Supremo Tribunal de Londres Reuters/TOBY MELVILLE

O príncipe Harry acaba de ganhar o processo contra o grupo editorial Mirror Group Newspapers (MGN). O Supremo Tribunal de Londres determinou nesta sexta-feira que seja paga a quantia de 140.600 libras (163.030€) ao filho mais novo de Carlos III, que foi vítima de escutas telefónicas e de outros métodos para obter informação ilícitos por parte de jornalistas do grupo.

O duque de Sussex não tardou a celebrar a vitória, apesar de não ter estado presente em tribunal. Em comunicado, lido pelo seu advogado à porta da instituição, Harry declarou estar “feliz” com esta vitória e apelou à polícia para que abra uma investigação criminal sobre o grupo editorial.

Entretanto, o MGN também reagiu ao veredicto com um pedido de desculpas “incondicional”. Um porta-voz do grupo, propriedade da Reach, disse: “Congratulamo-nos com a decisão de hoje, que dá à empresa a clareza necessária para avançar em relação a acontecimentos que tiveram lugar há muitos anos”. E acrescentou: “Nos casos em que houve irregularidades históricas, pedimos desculpas sem reservas, assumimos toda a responsabilidade e pagamos as devidas indemnizações.”

Harry ─ que, em Junho, foi o primeiro membro sénior da realeza a testemunhar em tribunal, nos últimos 130 anos ─ tinha processado o MGN, que publica títulos como o Daily Mirror, o Sunday Mirror e o Sunday People.

O príncipe conseguiu provar que foi alvo do grupo durante 15 anos. A partir de 1996, terão sido publicadas 140 notícias nos jornais com recurso a informação obtida de forma ilegal, acusava o filho do monarca britânico. Apesar de Harry ter apresentado mais de uma centena de artigos, apenas 33 foram tomados como relevantes para o julgamento.

Como resultado, o juiz considerou que as acções ilícitas contribuíram para 15 artigos durante um período em que concluiu que tinha havido um vasto número de escutas telefónicas e outros erros generalizados nos jornais, de que alguns executivos e advogados internos tinham conhecimento.

Em Junho, depois de um dia e meio no banco das testemunhas, a ser interrogado sobre as suas acusações contra o MGN, o quinto na linha de sucessão ao trono britânico disse que se sentiria injustiçado se o tribunal não concluísse que foi vítima de chantagem. Harry pedia uma indemnização de 440 mil libras (511 mil euros). Não conseguiu a totalidade, mas sai vitorioso.

O caso MGN era um dos quatro contra jornais em que o príncipe está actualmente envolvido. Desde que abandonou os deveres reais, em 2020, e se mudou para a Califórnia com a sua mulher Meghan, Harry tem travado uma guerra contra a imprensa tablóide britânica, acusando-a de o ter sujeitado, e a outros, a anos de assédio, intimidação e abuso.