Fundação de Harry e Meghan com forte quebra de donativos — e de influência

Os duques de Sussex receberam menos cerca de dez milhões de euros para a sua fundação no terceiro ano de operações.

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Harry e Meghan Reuters/MIKE SEGAR
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A Fundação Archewell, associação de beneficência criada por Meghan e Harry após os dois terem abandonado os deveres reais, recebeu apenas cerca de um milhão e meio de euros, o que contrasta com o arrecadado no primeiro ano de operações: perto de 12 milhões.

Os mais críticos dos duques de Sussex consideram que esta quebra é reveladora de como os dois têm vindo a perder influência, mas um porta-voz da fundação justificou que, por um lado, “não é invulgar” que o primeiro ano de operações seja o mais rico em doações e que, por outro, era “fiscalmente responsável não continuar a angariar grandes somas de dinheiro com milhões ainda em reserva”. É que a Fundação Archewell mantém activos líquidos no valor de 8.344.105 dólares (7.634.147€). E, avança o The Telegraph, o ano corrente parece estar a correr-lhes de feição, com donativos que já atingiram os cinco milhões de dólares (4,5 milhões de euros), números que serão confirmados daqui a um ano.

Ainda assim, o príncipe Harry e Meghan Markle foram integrados na lista dos “maiores perdedores” do ano segundo o ranking dos mais e menos poderosos de Hollywood, compilado anualmente pelo The Hollywood Reporter. “A marca Harry e Meghan transformou-se numa bolha hipócrita”, escreve a publicação norte-americana, considerando que o ponto de viragem foi a sátira ao casal tecida pela série South Park, que colocou duas personagens, semelhantes a Harry e Meghan, a percorrem o mundo a pedir privacidade.

No episódio, a princesa do Canadá, como lhe chamam, é descrita como “uma actriz, influencer e vítima”; enquanto o marido, o príncipe, escreveu um livro a falar sobre a família e a queixar-se da comunicação social. Intitulado The Worldwide Privacy Tour, mostra o casal a percorrer o mundo no seu jacto privado com uma campanha, que visa o fim do falatório sobre ambos. Os desenhos animados percorrem cidades como Paris, e países como a Índia ou a Austrália com cartazes onde se lê “Parem de olhar para nós” e “Queremos privacidade”.

Mais apoios, ao racismo e por uma imprensa com ética

No relatório de impacte relativo ao terceiro ano de operações, destaca-se o facto de ter havido mais saídas de fundos, com apoios a causas que são queridas ao casal, nomeadamente com uma doação de cem mil dólares (91.480€) à Halo Trust, que trabalha na remoção de minas terrestres e está actualmente a trabalhar na Ucrânia.

Houve ainda saídas de 200 mil dólares (182.960€) para um projecto da Universidade de Georgetown de sensibilizar juízes, estudantes de medicina, professores e polícias sobre preconceitos em relação às mulheres negras; e de 125 mil (114.286€) para a NAACP - Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, organização de direitos civis que se foca no combate à injustiça racial.

Além da preocupação com o racismo, o casal também apoiou organismos envolvidos com a luta contra a desinformação, como a Free Press, destacando no relatório a importância “a integridade da informação e o acesso ao jornalismo ético como um direito fundamental”.

No total, a instituição distribuiu 1.252.895 dólares (1.145.484€) em donativos, tendo conseguido que fossem investidas mais de três mil horas em apoio psicológico a indivíduos, na Turquia e Síria, após o trágico terremoto, de 6 de Fevereiro de 2023, mas também em produtos menstruais para mais de 2500 raparigas na Nigéria ou num parque lúdico para as crianças de Uvalde, Texas, que testemunharam um massacre a 24 de Maio de 2022, que resultou na morte de 19 alunos e dois professores.

O relatório destaca ainda o facto de a Archewell contar com cinco funcionários assalariados (Meghan e Harry não estão entre a equipa assalariada), entre os quais o antigo relações públicas dos duques James Holt, que recebeu 207.405 dólares/ano, além de um bónus de 20 mil (em euros, um total de mais de 200 mil).

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