Filhos de Silvio Berlusconi estão a vender as mansões da família: onde ficam e quanto valem?

Os cinco filhos decidiram manter apenas a Villa San Martino, em Arcore. As restantes propriedades estão avaliadas em 700 milhões de euros e podem ser compradas.

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Eleonora, Barbara e Luigi, os filhos do segundo casamento de Silvio Berlusconi Reuters/CLAUDIA GRECO
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A filha do ex-governante italiano, Marina Berlusconi (à esquerda), e a actual companheira, Marta Fascina (à direita) Reuters/YARA NARDI
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Pier Silvio e Barbara, meios-irmãos, no funeral do pai Reuters/YARA NARDI
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Os filhos de Silvio Berlusconi (1936-2023) preparam-se para colocar à venda o vasto património imobiliário que herdaram do pai, avança a imprensa italiana. Avaliadas em quase 700 milhões de euros, todas as propriedades vão poder ser compradas em breve, com excepção da Villa San Martino, em Arcore, nos arredores de Milão, que foi a última residência do magnata e simboliza o poder daquele que é considerado o mais importante e mais controverso político italiano da história contemporânea.

Durante toda a vida, Berlusconi foi coleccionando dezenas de mansões por toda a Itália, mas também no estrangeiro, decoradas pelos melhores designers de interiores. Eram uma espécie de projecto pessoal do antigo primeiro-ministro, que os filhos herdaram depois da sua morte, em Junho passado, mas que agora poderá ter novos donos.

Só a Villa San Martino do século XVIII escapa; e Marina, a filha mais velha de Berlusconi e presidente da Fininvest (a holding familiar), explicou o porquê numa entrevista recente publicada no livro do jornalista Bruno Vespa, Il rancore e la speranza (Rancor e esperança, ainda sem tradução em português). “O nosso pai amava a vida, a luz e a agitação das pessoas. A Villa San Martino vai continuar assim viva: queremos que continue a ser o local de reuniões de negócios, mas também, claro, o ponto de encontro da nossa família. É o que ele teria desejado.”

O motivo por que os cinco filhos terão decidido vender as mansões, justifica a imprensa italiana, terá a ver com os altos custos de manutenção. Como tal, depois de efectuadas as vendas, os lucros deverão ser divididos pelos cinco filhos, tendo em conta as percentagens que foram decididas no testamento de Berlusconi ─ claro que um dos cinco pode tomar iniciativa de comprar algum dos imóveis.

A propriedade mais valiosa é a Villa Certosa, uma mansão na Costa Esmeralda, na ilha da Sardenha, avaliada em 300 milhões de euros e repleta de história. Foi lá, no final da década de 1980, que Berlusconi foi fotografado inúmeras vezes por paparazzi em polémicas festas, transformando a vila numa das suas residências mais famosas. Terá sido também neste local que se encontrou informalmente com vários líderes de Estado: como Durão Barroso, Tony Blair, George Bush ou, sem esquecer, Vladimir Putin.

O complexo divide-se por 4500 metros quadrados com 126 divisões na mansão, um jardim de 100 hectares, que inclui piscinas, cascatas, um anfiteatro e até um falso vulcão, que emite luzes a imitar lava. Reza a lenda que, certa vez, os vizinhos chamaram os bombeiros por pensarem estar a haver um incêndio na propriedade. Em 2004, o governo declarou a propriedade como “sede alternativa de segurança máxima” para o primeiro-ministro.

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O primeiro-ministro português José Durão Barroso, o neerlandês Jan Peter Balkenende, o italiano Silvio Berlusconi, o francês Jean-Pierre Raffarin, luxemburguês Jean Claude Juncker e o espanhol Jose Maria Aznar na Villa Certosa AP/ANTONIO SATTA

Também será possível comprar a casa com os jardins onde Berlusconi e a companheira, Marta Fascina, 33 anos, se casaram. A Villa Gernetto, uma mansão do século XVIII, fica perto de Lesmo, em Brianza, e está avaliada em cerca de 45 milhões de euros. Antes do casamento, a casa tinha sido inaugurada com uma conferência de imprensa entre o então primeiro-ministro e a congénere croata, Jadranka Kosor, em 2010. “Espero que estejam bem cientes de honra que tiveram ao inaugurar este lugar”, disse então aos jornalistas.

Destaca-se ainda a propriedade no sul de Olbia, na Sardenha, onde Berlusconi ambicionava construir um projecto turístico com campos de golfe e um porto de iates. Restam igualmente a Villa Grande, em Roma; a Villa Campari, no Lago Maggiore; e a Villa Due Palme, em Lampedusa, além das casas no estrangeiro, como em Antígua ou em Cannes.

Quem sabe, a filha Marina concretiza o projecto turístico do pai para Olbia, já que é “a matriarca da família” e a mais velha dos irmãos. Ela e Pier Silvio são fruto do primeiro casamento de Berlusconi com Carla Elvira Dall'Oglio ─ herdaram metade da participação de 60% do magnata na Fininvest. Os filhos do segundo casamento, com a actriz Veronica Lario ─ Barbara, Elanora e Luigi ─ , dividiram os restantes 30%.

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