Presidente da Guiné-Bissau dissolve Parlamento alegando tentativa de golpe de Estado

Umaro Sissoco Embaló tinha referido no sábado que a situação iria trazer “consequências pesadas” e que “o teatro acabou”.

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Umaro Sissoco Embaló tomou a decisão depois de reunir o Conselho de Estado Reuters/TASS
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O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, decidiu esta segunda-feira dissolver o Parlamento, na sequência dos confrontos de quinta e sexta-feira entre forças de segurança, que considerou tratar-se de um golpe de Estado.

O Presidente da República tomou a decisão após uma reunião do Conselho de Estado.

Sissoco Embaló considerou “um golpe de Estado” o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seide, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira.

Na sequência deste acto, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vítor Tchongo.

Embaló tinha referido que "esta tentativa de golpe de Estado terá consequências pesadas", afirmação feita à chegada ao aeroporto de Bissau, depois de uma semana ausente do país em visitas oficiais a Roma, Timor Leste e Dubai, para participar na COP28.

Recusando falar em português, o Presidente guineense disse na altura que ia criar de uma comissão de inquérito para apurar responsabilidades.

"O teatro acabou", insistiu o chefe de Estado, frisando que "toda a gente que está implicada nesta tentativa vai pagar caro".

"A Guiné-Bissau não pode viver mais em teatro", disse o chefe de Estado.

Sissoco Embaló explicou que "há indícios", incluindo escutas telefónicas, de que "esse golpe" não é de agora, que "foi preparado antes de 16 de Novembro", o dia da comemoração oficial dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau, organizada pela Presidência da República.

Para o Presidente, o comandante da Guarda Nacional agiu "a mando de alguém" quando foi às celas da Polícia Judiciária retirar os dois governantes para os levar para o quartel.

"Tchongo não é maluco até ao ponto de ir rebentar as instalações da Polícia Judiciária", acrescentou.