Carlos III quer saber quem entregou correspondência real a Omid Scobie

Monarca britânico ordenou uma investigação interna para identificar o responsável por entregar ao autor de Endgame a carta que nomeava quem teceu comentários racistas.

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Carlos III EPA/Hamad Al Kaabi/UAE Presidential Court
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O rei Carlos III abriu uma investigação no Palácio de Buckingham para descobrir o assessor que terá divulgado a carta que Meghan Markle remeteu ao monarca, onde se lia a identidade de quem, de acordo com a duquesa, proferiu comentários racistas a propósito da tonalidade da pele dos seus filhos com o príncipe Harry.

A iniciativa surge depois de a tradução neerlandesa do livro de Omid Scobie, Endgame, ter sido posta à venda com uma transcrição de uma carta que continha dois nomes: o do próprio Carlos e de Kate Middleton, a mulher do príncipe William.

Scobie disse tratar-se de um erro de tradução e negou veemente ter escrito os nomes; quem teve acesso ao livro, entretanto retirado de circulação, garante ser impossível tratar-se de um erro de tradução. E o Times noticia que a editora britânica de Omid Scobie enviou, de facto, um rascunho do manuscrito de Endgame com os nomes dos dois “racistas reais” para ser traduzido para neerlandês.

A reacção de Carlos ao caso, escreve o Entertainment Tonight, que cita uma fonte que não identifica, foi de tristeza. O monarca, explica-se, terá ficado “muito triste com os últimos desenvolvimentos relativos ao livro de Omid Scobie e está a levar o assunto muito a sério”.

Certo é que, numa altura em que os duques de Sussex pareciam estar a querer reaproximar-se da família, estes novos desenvolvimentos “minaram ainda mais a confiança na família e nos Sussex”.

Paralelamente à investigação interna, a família real está, escreve o Daily Mail, a “considerar todas as opções” para lidar com o assunto, nomeadamente avançar com medidas legais contra o autor da biografia, que traça o retrato de uma família fracturada após a morte da rainha Isabel II.

Em Março de 2021, um ano após o casal ter saído do Reino Unido, Meghan lamentou-se na entrevista a Oprah o facto de Archie não ter recebido o título de príncipe, o que implicava menos protecção, aproveitando para chamar a atenção que “o primeiro membro de cor desta família não é titulado da mesma forma que os outros netos”. A duquesa recordou ainda que chegou a haver conversas sobre o quão escuro viria a ser um bebé seu. “Eram conversas que a família tinha com ele [Harry].”

O príncipe escusou-se a dar detalhes, mas não deixou de confirmar que essas conversas existiram. “Na altura, foi embaraçoso, fiquei um pouco chocado”, recordou, acrescentando que essa conversa aconteceu “logo no início” da relação. Apesar de não ter revelado a identidade dos envolvidos, terá confidenciado os seus nomes a Oprah, à margem da entrevista, que garantiu, depois, que nem a rainha Isabel nem o príncipe Filipe estariam em causa.

Na época, o Palácio de Buckingham emitiu uma declaração em que se lia que as alegações de racismo feitas pela ex-actriz norte-americana eram “preocupantes” seriam levadas “muito a sério”. Já o irmão de Harry e príncipe herdeiro, William, recusou a ideia: “Não somos uma família racista”, disse aos jornalistas.

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