Hamas avisa que só liberta mais reféns depois de novo cessar-fogo em Gaza

Israel retira do Qatar equipa da Mossad que estava a tratar dos acórdos para cessar-fogo.

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Milhares de pessoas apelaram à libertação dos reféns que ainda estão em Gaza REUTERS/Athit Perawongmetha
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Ao mesmo tempo que as Forças de Defesa de Israel (IDF) bombardeavam vários territórios em Gaza, o Hamas deixava claro que não iria libertar mais nenhum refém levado de Israel no dia 7 de Outubro, enquanto não houvesse um novo cessar-fogo na região. Em Israel voltaram a realizar-se manifestações exigindo o regresso de todos os reféns e criticando a liderança de Netanyahu.

Saleh Al-Arouri, um dos líderes do Hamas, disse, neste sábado, em declarações à Al Jazeera, que enquanto não forem retomadas negociações para um novo cessar-fogo, que terminou de quinta para sexta-feira, não haverá qualquer libertação de reféns, exigindo, também, a libertação de todos os palestinianos detidos por Israel.

"A ocupação [Israel] insiste que ainda há mulheres e crianças detidas, mas nós já as entregámos todas. Os restantes prisioneiros em Gaza são soldados e homens civis que serviram no exército de ocupação", disse Al-Arouri ao canal de televisão do Qatar. "Deixem a guerra seguir o seu curso. Esta decisão é definitiva.", acrescentou Al-Arouri. De acordo com o Hamas, desde o início do conflito, morreram 15.207 pessoas na sequência dos bombardeamentos de Israel. Mais de 200 morreram desde o final do acordo.

Por seu lado, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, diz que ainda existem 17 mulheres e crianças retidas em Gaza, responsabilizando o Hamas por ter quebrado o acordo de cessar-fogo ao não permitir a saída dessas pessoas. Até ao momento foram libertados 11o reféns, 105 deles durante a trégua entre o Hamas e Israel. De acordo com as autoridades de Israel, 137 pessoas permanecem nas mãos do grupo islamista Hamas e de outros aliados em Gaza. Em troca, Israel libertou 240 prisioneiros palestinianos.

Reféns libertados agradecem a manifestantes

Milhares de pessoas estiveram, neste sábado, na chamada Praça dos Reféns, em Telavive, no início de mais uma vigília semanal que apela ao regresso imediato de todos os reféns. Segundo o jornal Haaretz, as demonstrações públicas repetiram-se em cidades como Haifa e Caesarea, exigindo-se também a demissão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Nos protestos em Telaviv estiveram presentes alguns dos reféns que foram entretanto libertados, escreve a Reuters. "Vim agradecer-vos porque sem vocês eu não estaria aqui. Agora temos de trazer de volta o meu (filho) Sasha, e toda a gente. Agora!", disse Yelena Trupanov, de 50 anos, apenas dois dias depois de ter sido libertada pelo Hamas. Através de vídeo, foram mostrados apelos semelhantes de outros reféns libertados.

Mas os sinais políticos que chegam não indicam que a trégua regresse em breve. Pelo contrário. A Al Jazeera dá conta de que os negociadores da Mossad, que estavam em Doha, no Qatar, juntamente com mediadores dos EUA e do Egipto, a tratar de novas tréguas entre Israel e o Hamas, foram chamados de volta a Israel.

"Na sequência do impasse nas negociações e sob a direcção do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, David Barnea, chefe da Mossad, ordenou à sua equipa em Doha que regressasse a Israel", declarou o gabinete de Netanyahu em comunicado no sábado.

Nos últimos dias, segundo diz a agência Reuters, as negociações no Qatar centraram-se na possibilidade da libertação de mais reféns, incluindo pela primeira vez homens adultos, e nos parâmetros de uma nova trégua, que segundo descreve fonte consultada pela Reuters, seria diferente do acordo que terminou na sexta-feira.

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