ONU condena execução de jovens iranianos

Na sexta-feira, o Irão executou dois jovens, um dos quais era menor de idade. No ano passado, quase 600 pessoas foram executadas no país.

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Manifestação contra a repressão no Irão no ano passado EPA/SEDAT SUNA
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As Nações Unidas condenaram a execução de dois jovens iranianos, incluindo um menor de idade, na semana passada e apelou às autoridades de Teerão para cessarem a aplicação da pena de morte.

Na sexta-feira, foram executados Hamidreza Azari, de 17 anos, e Milad Zohrevand, de 22 anos. “A execução de Hamidreza Azari, que foi acusado de homicídio, é a primeira execução confirmada de um alegado criminoso menor de idade no Irão este ano”, disse a porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos da ONU, Elizabeth Throssell, através de um comunicado.

Throssel recordou as obrigações legais, decorrentes de convenções internacionais, que proíbem a condenação à morte de pessoas menores de idade.

Milad Zohrevand foi executado pela participação nos protestos de Setembro do ano passado e, segundo a responsável da ONU, foi a oitava pessoa condenada à morte por crimes ligados à onda de contestação. O Irão assistiu a uma série de manifestações em Setembro de 2022 depois da morte de Mahsa Amini, uma mulher de 22 anos que havia sido detida por não usar devidamente o lenço islâmico, conforme as regras rígidas do código de costumes iraniano.

“As informações disponíveis mostram que este julgamento não teve os requisitos básicos para um processo justo ao abrigo do direito internacional dos direitos humanos”, afirmou Throssel. “Há também relatos preocupantes de que os pais de Zohrevand foram presos após a sua execução”, disse a porta-voz, realçando que a ONU “lamenta as execuções”.

“Pedimos ao Governo que deixe de usar procedimentos criminosos para punir activistas políticos e outros por exercerem os seus direitos de liberdade de expressão e reunião pacífica”, disse ainda Throssell.

Segundo a ONU, o Irão é um dos países em que a pena de morte é mais aplicada em todo o mundo. Pelo menos 582 pessoas foram executadas no ano passado, representando uma subida expressiva face a 2021, quando houve 333 execuções, segundo a Iran Human Rights e o grupo Juntos Contra a Pena de Morte.

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