Directora-geral da Administração Escolar exonerada pelo ministro da Educação

O cargo será ocupado, em regime de substituição, por Maria Luísa Oliveira, anunciou o Ministério da Educação

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Fernando Alexandre decidiu exonerar a directora-geral, com efeitos desde ontem, sexta-feira Daniel Rocha (Arquivo)
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A directora-geral da Administração Escolar (DGAE), Susana Castanheira Lopes, que dirigia a entidade responsável pelos concursos de colocação de professores, foi exonerada, anunciou este sábado o Ministério da Educação.

Em comunicado, é referido que a decisão do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, de exonerar Susana Castanheira Lopes assentou na "falta de prestação de informações ou na prestação deficiente das mesmas, quando consideradas essenciais para o cumprimento da política global do Governo".

"O despacho de exoneração de Susana Castanheira Lopes produz efeitos a dia 26 de Julho [sexta-feira]", acrescentou.

Em declarações à Rádio Renascença, Susana Castanheira Lopes “nega absolutamente” as acusações que são apresentadas como justificação para a sua exoneração, garantindo: “Os argumentos não se adequam ao meu perfil profissional e ao trabalho que foi desenvolvido ao longo destes anos.”​

Há dias, em entrevista ao PÚBLICO, o ministro da Educação criticara o anterior Governo pela portaria de colocação de professores, publicada já depois das eleições de 10 de Março, e na qual foram acrescentadas seis mil vagas às oito mil pedidas pelas escolas. “A Direcção-Geral da Administração Escolar considerou que as escolas estavam a pedir um número insuficiente de vagas, porque podiam ter muitas aposentações ou [muitos casos de] mobilidade por doença, fez uma avaliação, não temos essa justificação escola a escola, mas identificou em cima dessas oito mil vagas mais seis mil e tal. E o ministro [João Costa] adicionou em cima das 14.700 vagas, mais seis mil. E essas seis mil vagas que o Governo anterior adicionou… não temos nenhuma justificação para isso", explicou.

Em tom crítico, o ministro da Educação disse ainda: “A portaria [das vagas] pode estar muito bem feita, e o resultado final do concurso ser muito bom, eu não sei e por isso é que ainda não dissemos nada sobre este concurso, até terminar. Mas, factualmente, é o que temos: as escolas pediram 8000 horários", depois a Dgae decidiu mais 6000 e o Governo, "politicamente, decidiu pôr mais 6 mil por cima disso".

De acordo com o comunicado divulgado este sábado, foi também exonerado, a seu pedido, o vogal do Conselho Directivo do Instituto de Gestão Financeira da Educação (IGeFE), Carlos Oliveira, que era responsável pela gestão do Portal das Matrículas.

O ministério avançou que, a partir de segunda-feira, o cargo de directora-geral da Administração Escolar será ocupado por Maria Luísa Oliveira, em regime de substituição.

Maria Luísa Oliveira é licenciada em Geografia e Planeamento Regional pela Universidade Nova de Lisboa e tem mestrado em Ciências da Educação - Investigação e Intervenção Educativa pela mesma universidade.

A docente de Geografia foi, entre 2004 e 2012, directora do Agrupamento de Escolas Gualdim Pais, em Tomar, e já tinha ocupado o cargo de directora-geral da Administração Escolar entre 2014 e 2018.

Notícia actualizada com declarações da directora-geral exonerada.