Promotora dos concertos de Taylor Swift no Brasil enfrenta processos legais

Empresa organizadora dos espectáculos de Taylor Swift é alvo de investigação pela falta de água no concerto em que morreu a fã Ana Clara Benevides, e enfrenta outros processos.

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T4F, empresa responsável pelos concertos de Taylor Swift no Brasil, está a ser investigada por violar direitos dos consumidores e dos trabalhadores Reuters/CAITLIN OCHS
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Após a morte de Ana Clara Benevides no primeiro concerto no Rio de Janeiro da actual digressão de Taylor Swift, a 17 de Novembro, a Fundação de Protecção e Defesa do Consumidor brasileira está agora a averiguar se a Time for Fun (T4F), empresa organizadora dos seis concertos da americana no país, violou os direitos do consumidor. A acção centra-se na fraca distribuição de água pelos espectadores no estádio Nilton Santos, sob uma forte onda de calor, e pode chegar, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, a 13 milhões de reais (cerca de dois milhões e meio de euros). A fã terá sido vítima de um ataque cardíaco em resultado do calor extremo sentido no recinto do concerto, numa semana em que a temperatura do Rio de Janeiro atingiu valores históricos.

A promotora dos concertos defende-se e argumenta que “a proibição de entrada de garrafas de água em estádios é uma exigência feita por órgãos públicos”. Depois da morte de Benevides, o governo brasileiro emitiu uma ordem em sentido contrário e de efeito imediato. Além da venda de água já existente, a organização dos espectáculos passou a distribuí-la gratuitamente. Entretanto, a petição “Lei Ana Benevides: Água Gratuita em Eventos” já conta com 300 mil assinaturas.

Em entrevista à televisão brasileira Globo, Adriana Benevides, mãe da fã de 23 anos, disse que ainda não foi possível trazer o corpo para o estado do Mato Grosso, onde vive a família, a cerca de 1500 km do Rio de Janeiro. Adriana alega que a empresa responsável pelos concertos apenas ofereceu assistência psicológica. O transporte do corpo será possibilitado por donativos de fãs de Taylor Swift.

A empresa T4F enfrenta ainda outro processo legal. O Ministério Público do Trabalho suspeita de trabalho escravo no festival Lollapalooza. O evento em São Paulo reuniu, em Abril, artistas como Billie Eilish, Tame Impala e Twenty One Pilots. De acordo com o MPT, havia trabalhadores a dormir no local e a trabalhar em turnos de 12 horas, não recebendo remuneração legalmente devida por horas extra. A multa pode chegar a 1 milhão de reais (188 mil euros), além dos 5 mil reais (quase mil euros) destinados a cada vítima, caso sejam provadas as acusações de abuso laboral.

Antes da morte da fã Ana Clara Benevides, a polícia civil do Rio de Janeiro já tinha recebido queixas de que os carros da comitiva da cantora circulavam com a matrícula tapada, em violação das leis de trânsito. Por não ter sido um delito detectado em flagrante, a investigação ainda está em aberto.

Esta segunda-feira, 20 de Novembro, Taylor Swift apresentar-se-á pela terceira e última vez no Rio de Janeiro, dado o adiamento da segunda data. Seguem-se três concertos em São Paulo, entre 24 e 26 de Novembro.

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