O terramoto do sete de Novembro
Nas prioridades do escrutínio que se segue, porém, não estará apenas a biografia política de António Costa, incontornável do século XXI português: estará também o do Ministério Público e da Justiça.
Foi como que uma profecia que se autocumpriu: o primeiro-ministro que tantas vezes lembrou que se deve dar à política o que é da política e à justiça o que é da justiça demitiu-se porque no terramoto do 7 de Novembro de 2023 a política e a justiça se abraçaram numa tempestade perfeita. O pretexto formal para essa decisão foi o processo-crime que já foi ou está para ser aberto em seu nome no Supremo Tribunal de Justiça. Mas não era preciso esse processo para que a “dignidade” das suas funções estivesse comprometida e a indispensável relação de confiança com os cidadãos quebrada. As buscas na residência oficial, a detenção do seu chefe de gabinete e do seu comando para operações especiais, ou a constituição de um dos seus ministros como arguido eram mais do que suficientes para a sua queda.
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