Um chá no Ritz que é um caso de estudo da maison Guerlain

A marca de alta cosmética e perfumaria francesa juntou-se ao Ritz Four Season para apresentar um chá temático. A proposta é “inédita” e foi validada por Paris.

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O chá da tarde é já uma tradição no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA
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São sobretudo os portugueses, que não estão hospedados no hotel, quem opta pelo chá RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOA
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Um dia, Vera Jones, directora de marketing da Guerlain e Acqua di Parma, em Portugal, entrou no salão Almada Negreiros, no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa, e achou "inspiradora" a instalação de orquídeas brancas que domina o centro da sala. Aquelas são as flores que fazem parte dos ingredientes de uma das gamas de produtos de beleza da marca de alta cosmética e perfumaria francesa e aquele podia ser o sítio perfeito para lançar um novo produto da Guerlain, imaginou. A ideia transformou-se num chá da tarde que é agora um case study da casa francesa, pois nunca antes foi feito.

“Eu entrei nesta sala e achei inspirador as orquídeas. Pensei falar com o Ritz para criar um chá inspirado na linha Orchidée Impériale. É algo inédito. Somos um case study em França porque ninguém tinha tido a ideia de passar do conceito de uma linha de tratamento para um chá”, orgulha-se Vera Jones, durante o evento de apresentação à imprensa, na segunda-feira.

Ao PÚBLICO, os escritórios em Paris confirmam: “Ficámos muito entusiasmados com esta proposta. Era uma forma original e bonita de mostrar este local excepcional do Ritz [o salão Almada Negreiros] e a experiência da Guerlain em cuidados de pele através de uma experiência imersiva.” Por isso, a ideia pode ser replicada noutros países, acrescentam por e-mail. Esta é uma forma de chegar a novos clientes, reconhecem. “O valor acrescentado tem a ver com o posicionamento da marca e do Ritz. É uma forma distinta de apresentar a marca e a linha Orchidée Impériale fora do ambiente normal de uma perfumaria.”

Diana Castello Branco, directora de relações públicas e comunicação do Ritz, confirma que foi feita uma primeira reunião e a ideia foi tão bem acolhida que, no segundo encontro, o hotel apresentou uma sugestão de ementa do que seria aquele momento, bem como uma amostra dos produtos. “O Diogo estava entusiasmadíssimo”, adianta, referindo-se ao chef de pastelaria Diogo Lopes, que, confessa o próprio, teve alguma dificuldade em fazer pastelaria em tons de azul — o tom da gama Orchidée Impériale, da Guerlain. Os tons eram os azuis, dourados e prateados, enumera. “Queríamos fazer algo que fosse apelativo”, confessa o pasteleiro, satisfeito com o resultado final. E, Vera Jones, confirma: “Era tudo tão delicado e tão bonito.”

Depois de enviar a proposta para os escritórios de Paris, “foi logo tudo validado”, orgulha-se a directora de marketing. Trata-se de uma “parceria inédita”, sublinha Diana Castello Branco, explicando que o tradicional chá do Ritz é agora um chá temático e que vai estar disponível até ao final de Novembro. De seguida, haverá um chá dedicado ao Natal e o Orchidée Impériale regressará depois do dia de Reis, a partir de 8 de Janeiro.

O menu, diz a responsável da marca francesa, criada em 1828 e que faz parte do conglomerado LVMH de Bernard Arnault, foi inspirado nas orquídeas e os clientes recebem uma oferta de produtos que podem ser usados durante uma semana, assim como o convite para fazer uma marcação no El Corte Inglés de Lisboa para um tratamento de rosto. São sobretudo os locais que chegam ao Ritz não só para ir ao restaurante Varandas, mas também ao bar e para o chá da tarde, mais do que os clientes do hotel, informa Diana Castello Branco.

O chef executivo de pastelaria Diogo Lopes JANINE SILVA FERREIRA
O chef executivo Pascal Meynard
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O chef executivo de pastelaria Diogo Lopes JANINE SILVA FERREIRA

Entretanto, é servido um flute de champanhe, que pode ser bruto ou rosé, e a proposta inclui ainda uma bebida quente, tradicionalmente, um chá. Diogo Lopes revela que enquanto pensava nas propostas queria que estas não fossem “demasiado grandes”, que pudessem ser comidas em “duas ou três dentadas”. Mais, acrescenta o pasteleiro: “Queria brincar com as texturas, as formas e os sabores.” E estes são doces, mas não em demasia, equilibrando com as sugestões salgadas do chef Pascal Meynard, que vão do salmão ao foie gras. Foi ainda pensada uma opção vegetariana.

E, enquanto as jornalistas experimentam a selecção proposta para o chá da tarde, Sandra Santos, formadora da Guerlain, explica a importância das orquídeas, avançando que há mais de 15 anos que a marca tem um centro de investigação dedicado a estas, o Orchidarium, onde é estudada a sua longevidade — há orquídeas que podem chegar aos cem anos —, acrescentando que existem mais de 30 mil espécies e que, destas, os investigadores seleccionaram duas — uma coreana e outra tailandesa —, cujas características combinadas contribuem para a regeneração da pele e a sua longevidade, diz.

A marca, continua a formadora, tem três centros, dois em Genebra — uma estufa com mais de três mil espécies, que são estudadas; e um laboratório onde são investigadas e desenvolvidas patentes a partir das propriedades destas plantas —, e um na China, a reserva natural de Tienzi, em Yunan, com mais de 400 hectares, onde são reintroduzidas espécies ameaçadas. “Devolver à natureza, aquilo que ela nos dá”, diz Sandra Santos, lembrando as preocupações ambientais da marca, como o uso de papel reciclado nas embalagens ou a possibilidade de comprar recargas dos cremes ou dos perfumes, por exemplo.


O PÚBLICO experimentou o Chá da Tarde Orchidée Impériale a convite da Guerlain e do Hotel Ritz Four Seasons

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